Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Reis, William Knust
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Orientador(a): |
Silva, Cristina Dias da
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Banca de defesa: |
Santos, Raphael Bispo dos
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Cerqueira, Oswaldo Zampiroli
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17158
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Resumo: |
A vida de uma gay afeminada possui vários obstáculos. Na perspectiva de que existem muitas peculiaridades e proximidades entre as trajetórias de vida de corpos destoantes, trabalho com cinco pessoas, entre elas duas afeminadas para dialogar sobre algumas das questões que atravessam nossas trajetórias de vida. O objetivo do trabalho, portanto, é, a partir da autoetnografia, compreender como a masculinidade atravessa nossas vivências, seja por meio de exigências concretas ou simbólicas e analisar as trajetórias de vida de nossos entrevistados. Argumenta-se acerca da individualidade, sociabilidade e alguns fatores cruciais que podem ser demarcadores para a construção da subjetividade. A pesquisa, de metodologia qualitativa e de tipos descritivo, exploratório, etnográfico/autoetnográfico, utiliza das técnicas de revisão bibliográfica e a composição entre características da trajetória de vida e entrevistas para a coleta de dados. No primeiro capítulo apresento aspectos da vida adulta. Antes disso, abordo um pouco sobre algumas características da autoetnografia, faço uma breve exposição dos participantes da pesquisa, faço um paralelo entre autoetnografia e escrevivência, mostrando, ao final deste subtópico, o quanto é importante resgatarmos a memória de pessoas subjugadas para contrapor o discurso majoritário. Realizo uma discussão entre as fases da vida e homossexualidade, bem como sobre as peculiaridades das vivências para o corpo destoante. Abordo alguns limites e possibilidades para escrita ancorada na autoetnografia e em fases de vida. Finalizo o capítulo trabalhando o conceito de masculinidade hegemônica, sobre o que é ser homem e as dinâmicas de relacionamentos em contato com a individualidade. No segundo capítulo abordo o período da adolescência, com algumas discussões sobre o “coming out”, ou seja, a saída do armário. Essa saída acaba se apresentando também como uma dança, em que frequentemente temos que sair ou entrar neste local. Ou seja, esse conceito se apresenta como situacional, contextual e relacional. Após, me alicerço em alguns relatos, bem como em bibliografia para falar sobre família e homofobia. Argumento acerca da essencialização de gênero presente nos termos “masculino” e “feminino”, finalizando o capítulo com a discussão sobre a “bicha” e o que ela representaria neste sistema binário. No terceiro capítulo falo sobre a infância da criança “viada”. Essa criança apresenta características essencializadas como femininas e acaba fugindo ao modelo de masculinidade requerido e, por isso, se apresenta como transgressora. Em seguida, falo sobre o bullying seguindo rumo ao bullying homofóbico e quais especificidades este conceito possui. Abordo sobre o controle a vigilância exercidos durante os primeiros anos de nossas vidas, entre a infância e a adolescência. Por meio de atos, comportamentos são medidos e restringidos por quem está a nossa volta. Por fim, abordo um pouco da felicidade que preencheu nossa infância “viada”: a cultura “pop”, por meio das barbies, Xuxa e Rouge, por exemplo, nos serviram como fonte de resistência para nos representarmos e expressarmos bem assim, desse jeito: bichinhas. |