Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Coelho, Gislene Teixeira
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Orientador(a): |
Pereira, Terezinha Maria Scher
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Banca de defesa: |
Ribeiro, Gilvan Procópio
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Pereira, Maria Luiza Scher
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Tolentino, Eliana da Conceição
,
Jorge, Silvio Renato
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1896
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Resumo: |
Esta tese objetiva desenvolver o estudo de uma nova política cultural e novas práticas culturais à luz de um diálogo crítico entre José Saramago e a teoria do interculturalismo, que encenam uma postura política que se ocupa dos intercâmbios culturais e da formação de parcerias participativas. O interculturalismo transita entre posicionamentos teóricos distintos para discorrer sobre nossa herança cultural, traçando uma análise que comporta uma teoria mais combativa de revisão das origens das hierarquias sociais e culturais vigentes e uma teoria mais conciliadora que enfatiza o processo cultural de hibridização e destaca uma necessidade de trabalhar culturas e sujeitos culturais diferentes. A política intercultural responde a uma necessidade das formações culturais modernas, cujo hibridismo cultural, associado aos incessantes câmbios de mercadorias e pessoas, conduz à criação de novas parcerias a partir de políticas negociativas. Para pensar o conceito como práxis social, utilizar--se-ão as obras A jangada de pedra, A caverna, Ensaio sobre a cegueira e Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago. Nessa leitura, ressaltar-se-á a performance metafórica do viajante e do narrador como representações de práticas interculturais nos contextos nacional e internacional, em terra e no além-mar. As duas figuras contribuirão para discutir o discurso identitário cultural a partir dos cruzamentos entre o deslocamento e a fixidez, o universalismo e o particularismo, o estrangeiro e o familiar, a alteridade e a identidade. Isto posto, o interculturalismo busca no viajante seu dinamismo e flexibilidade para se adaptar e assimilar o novo e no narrador sua capacidade de compilar tais informações e realizações culturais com a tradição, com os saberes locais, com o interior e com o familiar, ou seja, ambos contribuem para a criação de espaços culturais fluidos em que o princípio da negociação e da hospitalidade devem estar presentes. Por fim, a política intercultural destaca a importância de incentivar a participação ativa do sujeito sobre seus bens e valores culturais, de forma que contesta o uso de políticas culturais que provocam alienação e dependência e que, consequentemente, continuam a produzir registros de relações culturais desiguais e de inospitalidades. Para tanto, ao mesmo tempo em que o sujeito deve estar respaldado por direitos, deve estar igualmente acompanhado de deveres, palavras que se complementam para traduzir os sentidos de justiça e dignidade para a relação homens e culturas. |