Efeitos da administração de amicacina inalatória na prevenção da pneumonia associada a ventilação mecânica: estudo prospectivo e randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tassi, Rafaela Azzi lattes
Orientador(a): Pinheiro, Bruno do Valle lattes
Banca de defesa: Montessi, Jorge lattes, Pace, Fäbio Heleno de Lima lattes, Chebli, Júlio Maria Fonseca lattes, Holanda, Marcelo Alcantara lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8271
Resumo: Introdução: A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) é uma infecção frequente em unidade de terapia intensiva (UTI), relacionando-se a maiores mortalidade e duração da internação. Diferentes medidas preventivas vêm sendo estudadas, entre elas o emprego de antibióticos inalatórios. Sendo assim, neste estudo avaliamos a administração profilática de amicacina inalatória reduz a ocorrência de PAV. Métodos: Estudo prospectivo, randomizado, aberto, controlado com placebo, realizado na UTI do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Incluíram-se pacientes maiores de 18 anos, nas primeiras 24 horas de intubação traqueal e com perspectiva de permanecer em ventilação mecânica (VM) por mais de 48 horas. Os pacientes foram alocados em dois grupos conforme recebessem nebulização de amicacina (500 mg de 12/12 h), ou soro fisiológico (soro fisiológico de 12/12 h), por 7 dias ou até a extubação ou óbito. O desfecho primário foi a incidência de PAV dentro de 28 dias. As variáveis contínuas foram comparadas por teste-T ou Mann-Whitney e as categóricas por chi-quadrado. Valores de p <0,05 foram considerados estatisticamente significantes. A regressão proporcional de COX foi feita para comparar a densidade de incidência de PAV entre os grupos, ajustada para potenciais confundidores. Resultados: Foram incluídos 27 pacientes, 13 no grupo amicacina. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos na incidência de PAV (10,8/1000 dias de VM no grupo amicacina vs. 16,6/1000 dias de VM no controle, p =0,77). Em relação aos desfechos secundários, a profilaxia com amicacina não reduziu a incidência de traqueobronquite associada à VM (TAV) (12,2/1000 dias de VM no grupo amicacina vs. 5,5/1000 dias de VM no controle, p =0,63), as taxas de PAV (7,7% vs. 21,4%, p =0,32) e TAV (7,7% vs. 21,4%, p =0,32), não reduziu a duração da internação na UTI (6,3 vs. 3,3 dias fora da UTI em 28 dias, p =0,33) e nem a mortalidade na UTI (46,2% vs. 71,4%, p =0,18) ou hospitalar (53,9% vs. 71,4%, p =0,35). Conclusões: O uso profilático de amicacina inalatória não se mostrou eficaz em reduzir a incidência de PAV e nem alterou a evolução dos pacientes na UTI.