Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Mônica Jardim
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Orientador(a): |
Martins, André Silva
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Banca de defesa: |
Rodrigues, Rubens Luiz
,
Neves, Lucia Maria Wanderley
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2417
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Resumo: |
Este estudo busca analisar o voluntariado como um fenômeno social expressivo dos anos de 1990 e funcional ao projeto de sociabilidade neoliberal, relacionando-o com o processo educativo. Para o desenvolvimento da pesquisa, três questões foram centrais para delinear os rumos de investigação: Que relação vem sendo estabelecida entre educação, cidadania e voluntariado na atualidade? Que sujeitos políticos coletivos atuaram ou atuam na divulgação da vinculação entre voluntariado e educação? Que orientações político-pedagógicas são apresentadas para o estabelecimento da relação entre voluntariado e educação? Com base nestes apontamentos, o objetivo geral deste estudo se concentra em analisar as formulações que vinculam o fenômeno voluntariado com a educação escolar a partir da noção de cidadania propostas por sujeitos políticos coletivos, procurando apreender o significado destas formulações, tendo em vista o processo de formação humana e o padrão de sociabilidade. Como objetivos específicos indicam-se: a) interpretar o surgimento de uma nova noção de cidadania e sua funcionalidade ao projeto de sociabilidade neoliberal; b) apreender o voluntariado como um novo fenômeno social, expressão da cidadania ativa; c) analisar o significado das formulações propostas por intelectuais orgânicos coletivos como diretrizes na relação entre voluntariado e educação. O referencial epistemológico adotado é o materialismo histórico, por compreender que esse método busca a apreensão da realidade histórica de forma dialética. A referida pesquisa constitui-se em análise documental de formulações propostas por intelectuais orgânicos coletivos – Organização das Nações Unidas, Centro de Voluntariado de São Paulo e, fundamentalmente, Instituto Faça Parte. O estudo revela que a difusão do neoliberalismo no Brasil, objetivando a manutenção das relações sociais capitalistas, produziu um novo modelo de sociabilidade, em que a sociedade civil foi instituída como o espaço da coesão social, diluindo as contradições e as lutas de classe. Para a construção de uma nova pedagogia da hegemonia, a noção de cidadania deslocou-se do campo das lutas sociais para o plano do engajamento cívico, adquirindo uma nova função social determinante: o ativismo social expresso na noção de voluntariado. Nesse sentido, cidadania e voluntariado se articulam como elementos essenciais para a formação do novo homem coletivo proposto pelos preceitos neoliberais, que assume a responsabilidade de minimizar a desigualdade social, construindo uma face humanizada do capitalismo. O padrão de sociabilidade neoliberal apresentou significativas implicações na educação escolar, tornando-a subordinada ao desenvolvimento de competências e habilidades essenciais para ajustar os sujeitos sociais às demandas do sistema capitalista. O voluntariado, apoiado nos conceitos de capital humano e capital social, reforça uma estratégia sutil de dominação, fortalecendo a manutenção da ordem social vigente. A pesquisa conclui que o voluntariado como componente do processo educativo cumpre a função de contribuir para reafirmar a centralidade do projeto de sociabilidade neoliberal no país. Apontar como horizonte formativo da educação escolar a preparação para a cidadania, materializada no voluntariado, não possibilita o processo de emancipação humana e reafirma o conformismo social dirigido pela classe dominante. |