Identificação de patógenos isolados de mastite bovina por testes bioquímicos e maldi-tof ms

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Thais Cristina de Assis lattes
Orientador(a): Lange, Carla Christine lattes
Banca de defesa: Giambiagi de Marval, Marcia lattes, Brito, Maria Aparecida Vasconcelos Paiva lattes, Vicentini, Nívea Maria lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11935
Resumo: A mastite é um processo inflamatório que ocorre na glândula mamária do animal, apresenta caráter etiológico complexo e multifatorial e acarreta grandes prejuízos para a cadeia produtiva do leite. A identificação rotineira de patógenos dela é baseada na avaliação morfológica do microrganismo, seu crescimento em diferentes meios de cultivo e em características bioquímicas do mesmo, que são procedimentos trabalhosos, demorados, e que, em alguns casos, não o diferencia em espécies. Nos últimos anos, houve um grande aumento no uso da técnica de MALDI-TOF MS (Ionização por dessorção a laser assistida por matriz seguida por analisador tipo tempo de voo) em laboratórios de microbiologia. A rapidez dos resultados, a precisão e os baixos custos operacionais de um sistema MALDI-TOF MS permitem análises em uma escala que não era possível até recentemente. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização da técnica de MALDI-TOF MS na identificação de bactérias isoladas de mastite bovina e compará-la aos testes bioquímicos e ao sequenciamento do gene 16S rRNA. Para isso, 380 estirpes bacterianas isoladas de leite de vacas com ou sem sinais de mastite, mantidas na coleção de Microrganismos de Interesse da Agroindústria e Pecuária da Embrapa, foram identificadas pela técnica de MALDI-TOF MS, e os resultados comparados à identificação morfológica e bioquímica ou aos do sequenciamento do gene 16S rRNA. A taxa de identificação por MALDI-TOF MS foi de 99,2%, 95,5% em nível de espécie e de 3,7% de gênero. Ao todo, foram identificados 12 gêneros e 37 espécies de patógenos de mastite bovina por MALDI-TOF MS: 13 espécies do gênero Staphylococcus, oito de Streptococcus, quatro espécies de Enterococcus, duas de Lactococcus, uma espécie de Aerococcus e nove de bactérias Gram-negativas. Os testes morfológicos e bioquímicos utilizados neste estudo foram apropriados para a identificação em nível de espécie de Streptococcus agalactiae e, de gênero, de bactérias Gram-negativas. Os mesmos testes não foram, entretanto, suficientes ou acurados para a identificação de cocos Gram-positivos catalase negativos diferentes de Streptococcus agalactiae, nem para a diferenciação entre os gêneros Streptococcus, Enterococcus, Aerococcus e Lactococcus. Os resultados da identificação obtida por MALDI-TOF MS de 193 estirpes de Staphylococcus foram comparados com a identificação pelo sequenciamento do gene 16S rRNA, realizada em estudo anterior, e a concordância entre as duas técnicas foi de 93,2%. A técnica de MALDI-TOF MS mostrou-se adequada para o reconhecimento rápido de um grande número de microrganismos isolados de leite de vacas com mastite, e ideal para ser utilizada na identificação de estirpes depositadas em coleções biológicas.