Protestantismo, raça e escravidão nas Américas: uma análise das missões de David Trumbull no Chile e Ashbell Green Simonton no Brasil (1845-1867)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Falcão Junior, Jorge William lattes
Orientador(a): Barata, Alexandre Mansur lattes
Banca de defesa: Barbosa, Silvana Mota lattes, Daibert Junior, Robert lattes, Sá Junior, Luiz César de lattes, Barreto Junior, Raimundo César lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17944
Resumo: A expansão do protestantismo na América do Sul contou com a ação de missionários mantidos tanto por conselhos de missões diretamente vinculados às suas respectivas denominações protestantes quanto por sociedades religiosas sem vínculo denominacional restrito. Alguns desses missionários partiram dos Estados Unidos da América e colaboraram para a formação de complexas relações que envolveram teólogos, naturalistas, políticos, editores, imigrantes e nacionais dos locais que decidiram evangelizar. Em nossa pesquisa, destacamos dois missionários que estudaram no Seminário de Princeton: David Trumbull (1819-1889), enviado ao Chile em 1845 por sociedades religiosas, entre elas a Sociedade Americana dos Amigos Marítimos (American Seamen’s Friend Society); e Ashbell Green Simonton (1833-1867), enviado ao Brasil em 1859 pelo Conselho de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América (Board of Foreign Missions of Presbyterian Church in the United States of America). Trumbull fundou em Valparaíso o periódico The Neighbor (1847-1851) e a Igreja da União (Union Church - 1847), uma organização congregacionalista. Simonton, por sua vez, fundou a Igreja Evangélica Presbiteriana do Rio de Janeiro em 1862 e o periódico Imprensa Evangélica (1864-1867). No contexto da organização dos Estados Nacionais do Brasil, Chile e EUA, nosso objetivo principal foi analisar essas atividades missionárias e editoriais. Para isso, utilizamos um conjunto variado de fontes primárias formado pelos próprios periódicos referidos; por dicionários e atlas bíblicos que os dois missionários solicitaram no Seminário de Princeton; pelos escritos dos seus professores; pelos relatórios e as cartas das suas respectivas instituições missionárias; e os escritos de periódicos publicados no Brasil e no Chile que apoiaram ou criticaram as suas missões. Considerando as implicações políticas das respectivas missões no trânsito entre nações, percebemos que suas narrativas foram caracterizadas por tentativas de “aquietar” os povos de origem africana baseadas nas pretensões de superioridade anglo-americana e protestante. Analisaremos tais narrativas por meio das convergências e divergências entre as suas igrejas e dos seus projetos missionários e editoriais; da volatilidade do conceito raça mobilizado no diálogo com os naturalistas e com os teólogos, especialmente acerca das hipóteses sobre as bençãos e maldições dos filhos de Noé (Sem, Cam e Jafé); e dos papeis atribuídos às igrejas e aos estados, bem como aos angloamericanos e afrodescendentes nos processos de abolição da escravização.