Diversidade de vespas sociais em cultivo de cana-de-açúcar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Newton José de Jesus lattes
Orientador(a): Prezoto, Fábio lattes
Banca de defesa: Giannotti, Edilberto lattes, Auad, Alexander Machado lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1651
Resumo: O Brasil ocupa atualmente o primeiro lugar na lista dos produtores de cana-de-açúcar, sendo o estado de Minas Gerais segundo maior produtor da região sudeste. O comportamento predatório das vespas sociais está intimamente relacionado à fase larval de insetos pertencentes à ordem Lepidoptera, muitas delas, pragas em sistemas agrícolas. Este trabalho objetivou conhecer a diversidade de vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae, Polistinae) em cultivo de cana-de-açúcar, identificando quais espécies são capazes de nidificar neste ambiente, bem como analisar sua propensão a mudanças na diversidade e abundância, em face às fases de desenvolvimento da cana e às variáveis climáticas (temperatura (°C), umidade relativa do ar (%) e precipitação (mm)). Complementarmente foi avaliada a eficiência das formas de amostragem utilizadas. As coletas foram efetuadas de julho de 2010 a junho de 2011, sendo baseadas em dois métodos de amostragem (armadilhas atrativas contendo suco de maracujá, água com açúcar, caldo de sardinha e água e buscas ativas). Neste estudo foram coletadas 1091 vespas sociais, distribuídas em sete gêneros e 20 espécies, sendo Agelaia vicina a mais abundante. Pelo índice de eficiência, a busca ativa foi o método com melhor desempenho capturando 90% das espécies, seguida por suco de maracujá (35%) caldo de sardinha (20%) e água com açúcar (5%). Foi observada estabilidade na curva acumulativa de espécies a partir do oitavo mês de amostragens e uma tendência a assíntota na curva de variância confeccionada pelo estimador de diversidade Jackknife. Das espécies estimadas, 95% foram amostradas, indicando um esforço amostral próximo do ideal. A maior riqueza foi encontrada nos meses quente/úmido (outubro/2010 a abril/11), com pico referente ao mês de outubro de 2010 (12 espécies). Não foi encontrada correlação significativa entre nenhuma das variáveis climáticas avaliadas (temperatura (°C), umidade relativa do ar (%) e precipitação (mm) e a riqueza de espécies (r=0,2379; p=0,4566), (r=-0,5208; p=0,0825) e (r=0,0860; p=0,7905) assim como entre variáveis climáticas e a abundância das vespas, (rs=-0,3713; p=0,2347), (rs=-0,4476; p=0,1445) e (rs=-0,3916; p=0,2080). No entanto, houve significativa correlação negativa entre riqueza de vespas e altura da cana-de-açúcar (r= -0,4360; p= 0,05). Das espécies com nidificações encontradas em meio ao cultivo, Mischocyttarus drewseni e Polistes simillimus, foram qualificadas como constantes, ao final deste estudo. Foi ainda observada presença das vespas sociais durante todo o período de estudos, possuindo picos máximos de abundância e diversidade em meses coincidentes 23 aos períodos de brotamento e desenvolvimento da cultura de cana-de-açúcar. Das espécies amostradas, ao menos nove são conhecidas como predadoras de insetos praga em sistemas agrícolas, sendo que cinco destas tem como parte de sua fonte alimentar, lagartas de insetos fitófagos em culturas de cana-de-açúcar, sugerindo que as vespas sociais têm potencial para serem utilizadas como inimigos naturais de insetos pragas em culturas similares.