Fatores associados com depressão e ansiedade entre adolescentes durante a pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Andrade, Lilian Maria de Moraes lattes
Orientador(a): Mendes, Ana Paula Carlos Cândido lattes, Silva, Renata Maria Souza Oliveira e
Banca de defesa: Fontes, Vanessa Sequeira lattes, Faria, Eliane Rodrigues de, Luquetti, Sheila Cristina Potente Dutra, Marcela Melquiades de Melo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15529
Resumo: A crise sanitária instalada em todo o mundo, ocasionada pelo coronavírus (SARS-COV-2), causador da COVID-19, afetou o modo de vida de grande parte da população. No tocante, a restrição de convívio entre as pessoas acarretou o aumento de episódios ansiosos, depressivos e estressantes e a exposição exacerbada às telas, por parte dos indivíduos. Assim sendo, a vulnerabilidade existente na vivência dos adolescentes, como a influência de fatores externos, opiniões e julgamentos predispõem a ocorrência dos sintomas abordados. Dessa maneira, objetivou-se analisar fatoresassociados ao rastreio alterado de perfis ansiosos, depressivos e/ou estressantes entre os adolescentes durante a pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo transversal, de base escolar, desenvolvido com adolescentes entre 14 a 19 anos, que participaram da primeira fase do projetointitulado “Estilo de Vida na Adolescência (EVA – JF)”. A coleta de dados teveinício em junho de 2021 e término em Junho de 2022. Primeiramente efetuou- se o contato com os adolescentes através de aplicativo de mensagens (Whatsapp), ligações telefônicas e envio de e-mails. Os que manifestaram interesse receberam de forma online através da plataforma do Google Forms, os Termos de Assentimento e Consentimento que deveriam ser assinalados pelos participantes e seus responsáveis, bem como as questões propostas pelos pesquisadores, acerca da prática de atividade física, tempo gasto diantedas telas, ocorrência de quadros de estresse, ansiedade e depressão (DASS-21, versão curta, foi o questionário utilizado nesta seção) e escala de percepção corporal (através da Escala de Stundkart. et al, 1983). O software STATA® foi utilizado para processar as análises descritivas, multivariadas das variáveis de interesse e a aplicação dos testes Kolmogorov – Smirnov, teste T independente e Qui Quadrado de Pearson, admitindo-se um nível de confiança de 5% (valor-p < 0,05). Avaliou-se 198 adolescentes com média de idade igual a 17 anos (± 0,92), sendo 56,3 % do sexo feminino, 46,9% se autodeclaravam não brancos, 34,8% enquadravam-se na classe econômica média (B2) e 36,9% das mães possuía Ensino Médio completo ou o Ensino Superior Incompleto. A prevalência de prática de atividade física durante a pandemia foi de 62,1%, e 95% afirmaram se sentir bem quando se exercitavam. Em relação ao tempo de tela, 46% dos adolescentes gastavam mais de 8 horas/dia para navegar em suas redes sociais e consequentemente gastavam menos tempo com atividade física (p = 0,008). Quanto ao rastreio de depressão, ansiedade e estresse, obteve-se que 71,1%, 66,2% e78,3% dos indivíduos apresentaram perfis alterados, respectivamente. E em relação à insatisfação corporal dos adolescentes, 69% destes encontravam- se insatisfeitos e a sua maiora, 23,2%, desejava ter uma imagem coporal diferente por questões estéticas que não lhes agradava. As análises multivariadas apontaram que estar com rastreio de depressão e ansiedade alterados, reduziram a chance do indivíduo ser fisicamente ativo. O estresse foi o único constructo emocional em que a atividade física não exerceu efeito de redução de chances. Ademais, ser do sexo feminino aumentou as chances de estresse e ansiedade alterados. Os resultados obtidos apontam para uma nova perspectiva no que se refere as consequências ocasionadas pela pandemia, ou seja, comportamento sedentários, tempo excessivo de tela, rastreio alterado de perfis ansiosos, depressivos e estressantes e insatisfação corporal foram destacados no presente estudo. Dessa maneira, reforça-se a necessidade de um olhar integral aos adolescentes, haja visto que tais indivíduos encontram-se em um período de intensas transformações biopsicossociais que carecem de atenção, pois prejuízos para sua saúde atual e futura podemser originados, significando grandes desafios para os núcleos familiares, escolas e sistemas de saúde.