A política em nome de Deus: análise do discurso eleitoral iurdiano em 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Martins, Cáio César Nogueira lattes
Orientador(a): Silveira, Emerson José Sena da lattes
Banca de defesa: Rivera, Dario Paulo Barrera lattes, Almeida, Ronaldo Rômulo Machado de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00117
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15359
Resumo: A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é uma instituição religiosa brasileira que utiliza variados veículos de comunicação para evangelizar, informar, e se posicionar sobre diferentes assuntos perante sua membresia. Além disso, é considerada uma das igrejas mais atuantes na política institucional brasileira, crescentemente elegendo parlamentares para o Congresso Nacional, bem como celebrando acordos e ocupando cargos nas estruturas dos governos. No transcorrer das Eleições de 2018 diversos pastores e denominações religiosas declararam apoio ao candidato à presidência Jair Messias Bolsonaro (PSL/RJ), inclusive Edir Macedo, bispo fundador da IURD. Parte-se da hipótese de que o jornal Folha Universal, mídia impressa oficial da igreja, seja, em ano eleitoral, o principal canal pelo qual um arsenal de bens simbólicos é acionado no intuito de se obter a representação política iurdiana através do voto corporativo dos fiéis. Assim, o objetivo deste trabalho é verificar se naquele ano eleitoral houve mobilização de conteúdos no jornal com intuito de interferir no voto da membresia da igreja. Metodologicamente, optei pela confecção de pequenas sínteses textuais e o uso de ferramentas de Análise do Discurso, tendo como pano de fundo autores da escola francesa como Michel Pêcheux e Michel Foucault. Resultados indicaram que pautas político-partidárias permearam o jornal desde a primeira edição de 2018, intensificando nos períodos mais próximos às votações de primeiro e segundo turno. Assuntos como Fake-news, liberalismo econômico, defesa da família e combate a ideologia de gênero foram recorrentes nas edições estudadas. Também foi possível inferir que o aval à candidatura de Jair Bolsonaro se concretizou mais pelas pautas conservadoras levantadas nas matérias publicadas, que convergiam com as posições ideológicas do candidato, do que pela menção de seu nome ou de pessoas pertencentes a seu grupo político.