Letramento literário e ampliação de repertório: a ambiguidade na construção das personagens machadianas em textos originais e adaptações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gomes, Mariele Furtado de Barros lattes
Orientador(a): Mendes, Marco Aurélio de Sousa lattes
Banca de defesa: Silva, Maria Andreia de Paula lattes, Nogueira, Elza de Sá lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras)
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11666
Resumo: O presente trabalho trata de uma intervenção pedagógica que foi aplicada em uma turma do 7º ano do ensino fundamental II na escola Estadual Doutor Norberto Custódio Ferreira em Cataguases, Minas Gerais, e que está ancorada no macroprojeto ―Intervenções pedagógicas no ensino de literatura: inter-relações entre adaptações literárias‖, desenvolvido pelo professor Dr. Marco Aurélio de Sousa Mendes. Este projeto buscou promover o letramento literário e a ampliação de repertório por meio da identificação do processo ambíguo de construção das personagens machadianas em obras originais e adaptadas. Dessa forma, fundamentou-se o estudo, entre outros pesquisadores e teóricos, em Thiollent (1985) e em Engel (2000), no que concerne à pesquisa-ação como forma de intervenção na realidade escolar a partir de práticas de pesquisa cooperativa entre docente e discente na sala de aula; em Paulino e Cosson (2009), compreendendo o letramento literário como um processo na vida de todo ser humano, que não se inicia e nem se finda na escola, mas que tem nela um espaço relevante para seu desenvolvimento; em Iser (1996), no que diz respeito à ampliação de repertório literário como resultado da interação entre texto e leitor, que se autorregula por meio de uma relação de feedback durante o ato de ler; em Hutcheon (2013), no que se refere à adaptação como uma nova obra, um ato criativo e interpretativo de apropriação e de recuperação; em McCloud (2005; 2008) e em Linden (2011), tratando das relações texto e imagem para a construção de sentido; em Solé (1998) e em Dell'Isola (2001), em relação à mediação da leitura literária e ao uso de estratégias para isso; e, por fim, em Cordeiro (2004), quanto à ambiguidade na construção das personagens machadianas. Destarte, justificou-se essa abordagem considerando que as práticas pedagógicas no ensino de Literatura devem proporcionar a formação de um leitor-fruidor, capaz não apenas de compreender as obras, mas, sobretudo, de fruí-las, desenvolvendo competência para a escolha e para o compartilhamento dessas com outros leitores, consoante salienta a Base Nacional Comum Curricular (2017). Assim, observou-se que a estratégia pedagógica de pausas previamente estabelecidas na leitura, assim como as perguntas orientadoras para análise do que foi lido, contribuiu para a aprendizagem significativa dos estudantes com relação ao processo ambíguo de construção das personagens nas obras escolhidas. Ademais, ao optar, inicialmente, pelas adaptações literárias em quadrinhos e televisiva e, posteriormente, pelos perfis de personagens e pelos contos, contemplou-se um engajamento notório dos discentes em todo o processo de leitura e de análise, bem como a aprendizagem acerca da ambiguidade na construção das personagens machadianas. Em vista disso, compreendeu-se que um trabalho sistematizado e fundamentado na construção de conhecimentos literários é de inegável relevância para a sala de aula atual da educação básica.