Fetichismo, regressão e mal-estar: uma interlocução entre Adorno e Freud sobre o estado da cultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carvalho, Diego Pedrosa lattes
Orientador(a): Simanke, Richard Theisen lattes
Banca de defesa: Caropreso, Fátima Siqueira lattes, Freitas, Verlaine lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1761
Resumo: A Europa do início do século XX, marcada, sobretudo, pela Primeira Guerra Mundial, pela Revolução Russa e pela ascensão dos regimes totalitários, foi terreno de reflexões valiosas acerca dos caminhos e descaminhos civilizacionais. Recorrendo a Freud e Adorno, sob o recorte histórico da década de 30, intento resgatar as relevantes contribuições de ambos no que tange à discussão sobre o estado da cultura. Em O mal-estar na civilização, publicado em 1930, Freud destaca o papel repressor da civilização sobre os impulsos de amor e de agressividade dos homens, indo além, assim, do propósito de proteção dos mesmos contra as intempéries da natureza e contra seus próprios humores, e representando, desta forma, um duplo obstáculo para a felicidade humana. Em O fetichismo na música e a regressão da audição, de 1938, Adorno denuncia a regressão social vivenciada em seu tempo e, consequentemente, o empobrecimento subjetivo, a partir da evolução do processo de mercantilização da arte, em que a música, fetichizada, passa a ser consumida por ouvintes regressivos pelo seu valor de troca, em detrimento do valor de uso. Utilizando os conceitos de fetichismo, regressão e mal-estar como elementos mediadores, busco demonstrar um encontro objetivo entre a discussão freudiana e o ensaio de Adorno.