Fatores psicossociais e progressão da infecção por HIV/AIDS: possíveis associações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Moraes, Lucam Justo de lattes
Orientador(a): Mármora, Cláudia Helena Cerqueira lattes
Banca de defesa: Almeida, Alexander Moreira de lattes, Pinto, Francisco Juarez Ramalho lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5620
Resumo: Psiconeuroimunologia é definida como o estudo da interação entre comportamento, mecanismos neuroendócrinos e processos imunológicos. Evidências têm apontado a correlação entre comportamento e fatores psicossociais tais como sintomas depressivos, ansiedade, estresse, qualidade de vida, religiosidade/espiritualidade (R/E), bem como mecanismos neuroendócrinos, imunológicos e a progressão do HIV/AIDS. O objetivo desta pesquisa foi investigar possíveis associações entre variáveis psicossociais, níveis de linfócitos T CD4 e carga viral em portadores do HIV, visando destacar fatores de natureza emocional, comportamental e sociais promotores de imunossupressão e replicação viral numa amostra de 197 participantes diagnosticados com HIV/AIDS. Os participantes foram selecionados no programa público para tratamento de doenças sexualmente transmissíveis de Juiz de Fora/MG (Brasil) e deveriam estar fazendo uso da medicação antirretroviral há no mínimo seis meses. Os participantes foram divididos em dois grupos de acordo com o nível de linfócitos T CD4: Grupo A (CD4 > 500) e Grupo B (CD4 ≤ 500). Foram investigadas as diferenças entre os grupos nos níveis de depressão, ansiedade, estresse, aspectos religiosos/espirituais, qualidade de vida e carga viral. Os dados foram tabulados e submetidos às análises de Odds Ratio entre variáveis categóricas e quadro de AIDS, bem como a análises de diferenças entre os grupos (teste Mann Whitney) e análises de correlação (ρ de Spearman e r de Pearson). Resultados principais apontaram correlações positivas significativas entre as variáveis comprometimento R/E e tempo de convívio com HIV (ρ = 0.338; p = 0.05), comprometimento R/E e idade (ρ = 0.310; p = 0.04), e entre autoavaliação R/E e tempo de convívio com HIV (ρ = 0.409, p = 0.01). Correlações negativas significativas foram verificadas entre experiências espirituais diárias e carga viral (ρ = - 0.287; p = 0.06), e entre valores e crenças R/E e CD4 (ρ = - 0.326; p = 0.03). Conclui-se que variáveis R/E tais como comprometimento R/E, autoavaliação R/E, experiências espirituais diárias e valores e crenças R/E podem estar associadas a alterações nos níveis de linfócitos T CD4 e carga viral entre portadores do HIV. Tais evidências apontam para a pertinência no que diz respeito a futuras investigações científicas sobre possíveis relações recíprocas entre aspectos religiosos/espirituais e progressão da infecção por HIV/AIDS.