Do viajante ao anfitrião: os guias turísticos de Jorge Amado e Gilberto Freyre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Toledo, Leonardo Ramos de lattes
Orientador(a): Noronha, Jovita Maria Gerheim lattes
Banca de defesa: Figueiredo, Euridice lattes, Carrizo, Silvina Liliana lattes, Pereira, Terezinha Maria Scher lattes, Silva, Maria Andréia de Paula lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2207
Resumo: Este trabalho busca compreender como os manuais de viagem Guia Prático, Histórico e sentimental da Cidade do Recife, de Gilberto Freyre, e Bahia de Todos os Santos, de Jorge Amado, constituem discursos representativos de projetos políticos e culturais para as cidades do Recife e de Salvador, respectivamente. Nesse propósito, partimos de uma reflexão sobre os relatos de viajantes estrangeiros sobre o Brasil e sua contribuição para a formação de um determinado olhar sobre o país, que teria influenciado de modo contundente a construção da identidade nacional brasileira, a partir do século XIX. De outro modo, procuramos compreender como as viagens realizadas por Amado e Freyre teriam repercutido na composição de seus guias enquanto elemento formador de uma imagem sobre ―o outro‖. Do relato de viagem, de autoria de um escritor-viajante, especula-se, portanto, o surgimento de um escritor-anfitrião, disposto a oferecer ao leitor/turista um imaginário urbano potencialmente integrador de seu olhar. Os itinerários propostos pelos referidos autores também apresentam marcas de seus respectivos projetos ideológicos e de um contexto político-cultural específico, situado entre as décadas de 1930 e 1940. Assim, aspectos como o regionalismo nordestino e a ideologia marxista pontuam as obras em questão. No entrelace de todos esses elementos, seria possível verificar a seleção e reconstrução de tópicos que integram a chamada ordem dos signos da cidade, entendida como a dimensão simbólica que interage com a materialidade física de conjuntos paisagísticos e monumentos urbanos, atuando na construção da identidade de um lugar. Dessa forma, seria possível compreender a abordagem que esses autores realizam de elementos pretensamente turísticos, como a natureza e a arquitetura dessas cidades-destino, em uma escrita que se afasta dos relatos e guias de viagem produzidos até então. Ao contrário, Amado e Freyre elevam a primeiro plano a ocupação humana de tais destinos, que passa a ser percebida como fonte geradora de uma cultura específica, que valoriza a identidade local.