O sentir da maternidade: a discursividade feminina em desabafos anônimos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Reis, Nara Jaqueline dos lattes
Orientador(a): Santana, Wedencley Alves lattes
Banca de defesa: Leal, Paulo Roberto Figueira lattes, Desco, Teresa Cristina Brito Ruas lattes, Pereira, Aline Andrade lattes, Lerner, Kátia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9767
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo a análise discursiva dos textos de desabafos publicados no site da ONG Temos que falar sobre isso, que põe em circulação sentidos e discursos sobre maternidade, geralmente em perspectiva crítica. Para isso, algumas questões de base foram lançadas: quais são as condições de produção dentro do arquivo analisado que permitem que esses discursos sejam produzidos? Como funcionam estes discursos que apontam para uma visão tão diferente daqueles que “romantizam” a maternidade? Quais formações discursivas prevalecem? Acreditamos que a análise destes textos e seus processos discursivos podem nos informar sobre possíveis alterações em curso no estatuto da família, nas relações de gênero e na própria constituição do sentido do que é ser mulher. Este estudo de caso se enquadra nas discussões mais gerais sobre os processos de destituição/restituição simbólicas, levadas a cabo em pesquisa do Professor Dr. Wedencley Alves Santana, no âmbito do grupo Sensus, que se debruça sobre a inscrição de sujeitos em discursos não reconhecidos/legitimados socialmente. Um vestígio material desta não legitimação em nossa pesquisa é a regra de ouro do anonimato dos desabafos, que no entanto, permite a elas formular outros discursos sobre ser mãe sem que sejam julgadas socialmente por isso, e ali restituem-se como mulheres de seu tempo. Vemos, ainda, que ambiência das redes é um recurso infinito de elaboração e propagação de subjetividades, ou seja, a rede é como uma atmosfera no processo discursivo que modela/remodela sujeito, língua e história. Isso confirma para nós que o caso em estudo é particularmente enriquecedor para a compreensão das relações entre discurso e mídia.