Imobilização enzimática para a determinação de peróxido de hidrogênio, catalase e avaliação in vitro da atividade antibacteriana em amostras de mel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Franchini, Rômulo Augusto de Abreu lattes
Orientador(a): Matos, Renato Camargo lattes
Banca de defesa: Muñoz, Rodrigo Alejandro Abarza lattes, Angnes, Lucio lattes, Lowinsohn, Denise lattes, Correa, Jose Otavio do Amaral lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Química
Departamento: ICE – Instituto de Ciências Exatas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Mel
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4443
Resumo: O mel é uma mistura complexa constituída de carboidratos, enzimas, aminoácidos, minerais, ácidos orgânicos e flavonóides. Inúmeros trabalhos evidenciam o potencial terapêutico do mel, o qual suas principais propriedades são a atividade antimicrobiana e ação cicatrizante, sendo estas atribuídas a fatores como acidez, osmolaridade, peróxido de hidrogênio (H2O2), catalase e flavonóides. A primeira pesquisa deste trabalho consistiu na determinação da origem floral das amostras de mel, realizada através da análise microscópica do pólen (melissopalinologia). Os espectros demonstraram a variabilidade polínica das amostras escolhidas. Em outro estudo, dois métodos versáteis, envolvendo a espectrofotometria e amperometria, foi aplicado na determinação dos teores de H2O2 em 17 amostras de mel. O H2O2 foi determinado por análise de injeção em fluxo (FIA) e reatores tubulares contendo a enzima peroxidase imobilizada na resina Amberlite IRA-743. A determinação espectrofotométrica baseouse na oxidação do H2O2 pela enzima na presença de fenol e 4-aminoantipirina e o complexo anti-pirilquinonimina gerado, foi proporcional a concentração de H2O2. Na determinação amperométrica, um eletrodo de ouro eletrodepositado com platina, eletrodo de Ag/AgCl(sat) (+ 0,60V) e uma agulha de aço inoxidável foram utilizados como eletrodos de trabalho, referência e auxiliar, respectivamente. O método baseou-se em três medidas no sistema FIA e a diferença entre os sinais revelou a corrente proporcional de H2O2 no mel. Ambos os métodos apresentaram ampla faixa de linearidade (0,5 a 100 µmol L−1) e baixos limites de quantificação e detecção. As concentrações encontradas ficaram entre 4 e 214 µg g-1. A determinação de H2O2 provou a rapidez, exatidão e sensibilidade dos métodos quando associados aos sistemas FIA. Em outro trabalho, um sensor amperométrico para a determinação da catalase (CAT), acoplado ao sistema FIA e reatores tubulares foi desenvolvido. A quantificação fundamentou-se em 2 etapas de injeção: (1) padrão de H2O2 e (2) padrão de H2O2 tratado com a CAT imobilizada na Amberlite IRA-743. A diferença da corrente entre (1) e (2) mostrou o consumo de H2O2 por unidade de enzima imobilizada O mesmo procedimento foi aplicado para as amostras de mel e a linearidade da curva para a determinação da CAT ficou entre 100 e 5000 UI mL-1. Os níveis de CAT variaram de 9 a 99 UI mg-1. Os resultados demonstraram uma boa relação inversa entre os teores de CAT e H2O2. O último estudo avaliou, in vitro, a atividade antibacteriana contra 18 linhagens de bactérias Gram positivas e negativas. O screening antimicrobiano foi determinado aplicando testes de difusão em ágar e diluição em caldo, exibindo as concentrações inibitórias mínimas, conforme recomendações da CLSI. Concentrações de mel variando entre 1 e 30% (v/v) foram estudadas e 5 amostras apresentaram atividade bacteriostática, especialmente contra S. aureus, S. epidermidis e E. coli. Os resultados reforçaram a idéia da utilização do mel como agente antimicrobiano e enfatizaram que o H2O2 não é o único inibidor de crescimento bacteriano, mas sim um dos constituintes com atividade bacteriostática e bactericida.