Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Fontoura, Tamiris Schaeffer
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Orientador(a): |
Guerra, Martha de Oliveira
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Banca de defesa: |
Oliveira, Júlio Cezar de
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5665
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Resumo: |
A obesidade é um distúrbio multifatorial complexo causada por fatores genéticos e epigenéticos, dentre outros. Um meio intra-uterino adverso, com excesso ou escassez de alimentos pode expor o feto ao desenvolvimento da síndrome metabólica, diabetes e doenças cardiovasculares quando adultos, podendo ser passado transgeracionalmente através de alterações epigenéticas. O exercício físico é uma forma não medicamentosa de prevenção e tratamento da obesidade, melhorando a aptidão cardiorrespiratória e composição corporal, dentre outros fatores. Este estudo avaliou se a dieta rica em sacarose e lipídios dada a fêmeas da geração F0 durante toda sua vida, incluindo gestação e lactação, afetaria os níveis de ansiedade e os padrões de memória transgeracionalmente e se o exercício físico possui efeito protetor sobre os mesmos parâmetros. Ratas da geração F0 foram distribuídas em quatro grupos: controle sedentário (CSed) e exercitado (CEx); dieta sedentário (DSed) e exercitado (DEx). Dos 21 aos 120 dias de vida os animais realizaram treinamento físico em esteira, com intensidade de moderada a intensa, e os animais controle receberam dieta normocalórica e os animais dieta receberam a dieta high sugar/ high fat (HS/HF) no mesmo período. Machos e fêmeas da geração F1 e F2 foram distribuídos em grupos iguais ao da geração materna ao qual pertenciam; porém, consumiram a ração normocalórica e não realizaram treinamento físico. Foi acompanhado o consumo alimentar dos animais e a evolução do peso corporal dos mesmos. Aos 80 dias, foi realizado teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Aos 90 dias, todos os animais foram submetidos a testes, para avaliação do nível de ansiedade (labirinto em cruz elevado) memórias de trabalho (30 seg) e longo prazo (24h) (teste de esquiva inibitória). Aos 110 dias, houve a eutanásia e os parâmetros biométricos foram avaliados. A dieta normocalórica e o treinamento físico realizado pela geração F0 promoveram menor acúmulo de gordura nos filhotes machos e fêmeas da geração F1 quando comparados ao CSed1 (gordura retroperitonial: 37,7% nas fêmeas e 27,6% nos machos; gordura perigonadal: 28,16% nos machos). Diferentemente do que aconteceu na geração F1, os machos do grupo DSed2 apresentaram um maior acúmulo de gordura perigonadal, 19,4%, quando comparados ao grupo Csed2. Adicionalmente, o efeito protetor do treinamento físico com relação ao menor acúmulo de gorduras retroperitoniais e perigonadais na geração F2 só aconteceu no grupo DEx2 e nos machos, com redução de 21% e 26,8%, respectivamente, em relação ao grupo DSed2. As fêmeas dos grupos DSed das gerações F1 e F2 não ficaram intolerantes a glicose, contudo houve redução de 11,2% na glicemia das fêmeas do grupo DEx1 quando comparadas ao grupo DSed1. Ao contrário do que aconteceu nas fêmeas da primeira geração, os machos do grupo DSed1 ficaram intolerantes a glicose, com aumento da glicemia em 18,45% quando comparados ao grupo CSed1. O grupo DEx1 e DEx2 apresentaram redução da glicemia em 18,45% e 24,75% quando comparados ao grupo DSed. A dieta HS/HF consumida pela geração F0 reduziu a memória de longo prazo das fêmeas do grupo DSed2 em 88,6% quando comparadas ao grupo CSed2. Também aumentou os níveis de ansiedade dos animais machos da geração F1 do grupo DSed1 em relação aos grupos CSed1 e DEx1. A dieta HS/HF aumentou o nível de ansiedade dos machos da geração F1 e causou prejuízo na memória de longo prazo das fêmeas da geração F2, além de aumentar a glicemia dos filhotes machos do grupo dieta da primeira geração e, causar maior acúmulo de gordura na geração F2. O treinamento físico teve efeito protetor sobre a glicemia da descendência, reduziu a adiposidade dos filhotes machos e fêmeas de F1 (grupo controle). Tal efeito só se manteve na geração F2 nos filhotes machos do grupo dieta. A dieta HS/HF consumida por fêmeas desde o desmame até a lactação altera o metabolismo, a memória e os níveis de ansiedade nas gerações F1 e F2, particularmente entre os machos. O treinamento físico de intensidade moderada a intensa realizada pela geração F0 protege a progênie. |