Representação social da consulta de enfermagem e registros da assistência pré-natal por enfermeiros da atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Anna Paula Nogueira lattes
Orientador(a): Arreguy-Sena, Cristina lattes
Banca de defesa: Queiroz, Ana Beatriz Azevedo, Leite, Isabel Cristina Gonçalves, Tosoli, Marcos Antônio, Dutra, Herica Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10973
Resumo: Objetivo: Compreender os conteúdos representacionais e suas origens sobre a consulta de enfermagem em pré-natal e os registros da assistência pré-natal realizado por enfermeiros da Atenção Primária à Saúde. Método: Abordagem qualitativa alicerçada na Teoria das Representações Sociais, segundo Abric e Moscivici. Investigação realizada com enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família em Minas Gerais, Brasil. Realizada ambiência, entrevista em profundidade desencadeada por questões norteadoras com gravação de áudio e aplicada técnica de evocação livre desencadeadas por termos indutores (consulta e registro de enfermagem; protocolo assistencial do Ministério da Saúde para pré-natal de risco habitual, prontuário eletrônico e Sisprenatal). Dados discursivos tratados em programa NVivo Pro 11, segundo análise de conteúdo cujo adensamento teórico foi realizado por valores de Pearson ≥0,7. Cognemas evocados tratados pela técnica do dicionário de termos equivalentes e análise prototípica. Resultados foram triangulados à luz da Teoria do Sistema de Neuman. Atendidos todos os quesitos éticos e legais em pesquisa. Resultados e Discussões: Participaram 81 enfermeiros: mulheres (98,3%) com um emprego (87,7%); tempo de formado de 10-20 anos (42%); toda com pelo menos uma especialização e tempo de atuação na APS de 10 a 20 anos (48,1%). A consulta de enfermagem foi objetivada pelo cuidado/assistência, obtenção de informações, e ancorada no cotidiano, relações interprofissionais, convivência com usuárias/companheiros e no protocolo do MS, sendo considerada uma prática complexa, de caráter técnico que valora a autonomia do exercício laboral ao enfermeiro conciliar a práxis com o ideário filosófico. O protocolo assistencial do Ministério da Saúde para o pré natal de risco habitual foi alicerçado em um modelo biologicista, hospitalocêntrica e multiprofissional que prevê como responsabilidade do enfermeiro a construção e estabelecimento de vínculos sem comprometer de forma explícita outras categorias profissionais. Ele é ancorado no respaldo e na segurança atribuído à atuação laboral e valorado por uma atuação profissional completa e detalhada embora extensa. O registro de enfermagem foi objetivado pelo caráter normativo alicerçado nos órgãos reguladores e esteve vinculado a julgamento valorativo que encobre crítica velada. Se caráter prescritivo não é suficiente para assegurar sua execuidade na prática clínica. O prontuário eletrônico foi objetivado pela documentação, tecnologia, tempo de exequibilidade e respaldo que atribui à conduta terapêutica. Sua ancoragem foi encoberta pela (in)habilidade em manuseá-lo, pela escassez de infraestrutura para viabilizá-lo ou pela a resistência para realiza-lo embora considerado relevante. O Sisprenatal foi objetivado pela coletar de dados, pelo cuidado-assistência e pela criação e manutenção de vínculos com a gestante/feto com a equipe e unidade, sendo ancorada na sistematização da assistência de enfermagem e no uso de tecnologias. Considerações finais: Os conteúdos simbólicos sobre consulta e registro de enfermagem, protocolo do Ministério da Saúde, prontuário eletrônico e Sisprenatal permitiu compreender que, embora estejam contextualizados na prática profissional de enfermeiros, nem sempre conseguem aplicá-lo na atuação profissional. Recomenda-se a estruturação da unidade e a informatização local visando possibilitar o redimensionamento do tempo profissional e a qualificação dos registros realizados.