Abertura de capital, mobilidade de trabalhadores e diferenciais salariais: uma análise com dados em painel para o período de 2002 a 2008

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Procópio, Thaís Salzer lattes
Orientador(a): Freguglia, Ricardo da Silva lattes
Banca de defesa: Menezes Filho, Naércio Aquino lattes, Corrêa, Wilson Luiz Rotatori lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Economia
Departamento: Faculdade de Economia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1806
Resumo: A desigualdade salarial é um tema que assume papel relevante na busca pelo desenvolvimento dos países, sendo amplo o número de estudos acerca dos fatores geradores de tal desigualdade. Como determinantes mais comuns, aparecem as características dos indivíduos, das firmas e das regiões. A maior parte dos estudos encontrados na literatura acerca dos impactos de características dos empregadores nos diferenciais salariais entre trabalhadores, entretanto, focam em fatores físicos das firmas, como tamanho e setor. Há, em adição, outros fatores relacionados à estrutura financeira das empresas que também podem gerar efeitos salariais visto que a segurança financeira das firmas está diretamente relacionada ao bem estar de seus empregados. Visando compreender os efeitos da reestruturação financeira proporcionada pela abertura de capital das firmas nos salários dos trabalhadores, este estudo investigou (i) a existência de diferencial salarial decorrente da mobilidade de trabalhadores entre empresas de capital aberto e fechado e (ii) o impacto da mudança de status da firma de capital fechado para aberto (via IPO - Initial Public Offering) no diferencial de salários dos trabalhadores. Para tanto, utilizou-se um painel balanceado que interliga duas fontes de dados: Rais-Migra do MTE – Ministério de Trabalho e Emprego – e Economática, abrangendo os anos de 2002 a 2008.A estratégia metodológica utilizada no estudo envolveu a estimação dos diferenciais salariais com o controle da heterogeneidade nãoobservada via efeitos fixos dos trabalhadores. Foram realizados, ainda, testes de robustez para verificar a consistência dos resultados. Constatou-se que existe diferencial salarial entre trabalhadores favorável aos indivíduos que mudam de empresas de capital fechado para empresas de capital aberto. Este diferencial foi de cerca de 12% pelo método de MQO, mas, ao controlar os efeitos não observáveis dos indivíduos, o diferencial caiu para menos da metade(4%). Esta redução no diferencial de rendimentos atribuído à mudança entre firmas de capital fechado e aberto, decorrente do controle dos efeitos fixos, pode refletir uma maior habilidade não observada dos trabalhadores que mudam para empresas de capital aberto e que, pelo método de MQO, não era controlada. Além disso, verificou-se um efeito positivo de 2% gerado pela realização da abertura de capital nos salários dos trabalhadores, no ano da abertura. Isto mostra que, mesmo com a reestruturação financeira gerada pelo IPO (que, potencialmente, reduziria riscos pelo acesso a mais fontes de financiamento), o evento tem impacto positivo no salário de seus trabalhadores. Esse ganho salarial pode ser explicado pela reestruturação organizacional e de portfólio que a empresa precisará enfrenta ao abrir o capital. Esses resultados contribuem para o avanço no estudo da identificação dos determinantes dos diferenciais salariais, que é uma importante questão ainda em aberto na literatura econômica.