Seleção recorrente de Urochloa ruziziensis (R. Germ. e C.M. Evrard) visando a resistência às cigarrinhas-das-pastagens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Resende, Tiago Teixeira de lattes
Orientador(a): Auad, Alexander Machado lattes
Banca de defesa: Souza, Bruno Henrique Sardinha de lattes, Gusmão, Marcos Rafael lattes, Leite, Melissa Vieira lattes, Pinheiro, Ralph Maturano lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18217
Resumo: A forrageira Urochloa ruziziensis (R. Germ. e C.M. Evrard) Crins (sinônimo Brachiaria ruziziensis) é adotada como pastagem devido dentre outras vantagens a sua boa qualidade nutricional. Apesar disso, essa forrageira é suscetível às cigarrinhas-daspastagens, principal inseto-praga das pastagens no Brasil. Assim, esse estudo foi desenvolvido com o objetivo de selecionar progênies de U. ruziziensis resistentes às cigarrinhas-das-pastagens ao longo de 16 ciclos de seleção recorrente e validar a resistência na população oriunda das progênies selecinadas. O capitulo 1 é composto pelo artigo publicado na revista “Agronomy”. Neste trabalho foram avaliadas 13.114 plantas de U. ruziziensis quanto a resistência às cigarrinhas-das-pastagens, em experimentos conduzidos entre os anos de 2008 e 2023. Cada planta foi infestada com seis ovos do inseto-praga no último estádio embrionário (S4), e mantidas em casa de vegetação. Após 35 a 40 dias foi realizada a contagem das ninfas sobreviventes. A população original de U. ruziziensis (POP01-2008) proporcionou sobrevivência ninfal dos insetos-praga de 63%, independente da espécie de cigarrinha-daspastagens, enquanto para a população melhorada (POP36-2023) a sobrevivência ninfal média foi de 32,8%. Após 16 ciclos de seleção, verificou-se que aproximadamente 63% dos genótipos, 716 plantas, possuíam sobrevivência ninfal igual ou inferior a 33%, e são consideradas resistentes às ninfas de D. schach ou M. spectabilis. Na sequência, no capítulo 2, foi pesquisada a validação da resistência em progênies obtidas dos genótipos selecionados de U. ruziziensis oriundos de dezesseis ciclos de seleção recorrente. Além das progênies selecionadas, avaliou-se a sobrevivência ninfal de D. schach ou M. spectabilis em U. ruziziensis comercial, cv Kennedy. Cada planta foi infestada com seis ovos do inseto-praga no estádio S4 e mantidas em casa de vegetação. Após esse período a sobrevivência das ninfas foi avaliada e, a partir desses dados foi calculada a sobrevivência ninfal. Para a espécie D. schach a sobrevivência ninfal média nas diferentes progênies variou de 19 a 64%, com média geral de 36,3%. Já para M. spectabilis, a média geral da sobrevivência ninfal foi de 25,4% com uma amplitude de 0 a 57%. Constatou-se que 21 progênies foram classificadas como resistentes a D. schach e, 73 progênies resisitentes a M. spectabilis. Além disso, foram identificadas 19 progênies simultaneamente resistentes as duas espécies dos insetos-praga. A sobrevivência ninfal das cigarrinhas-daspastagens nas progênies de U. ruziziensis melhorada foi significativamente inferior à da U. ruziziensis comercial, demonstrando a eficácia da seleção recorrente para obtenção de forrageiras resistentes a esses cercopídeos. A população obtida pelo programa de melhoramento de forrageiras apresenta variabilidade genética e está cada vez mais próxima da obtenção de cultivares de U. ruziziensis resistentes às ninfas de D. schach e de M. spectabilis.