A crise capital em Marx: o debate contemporâneo entre os marxistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nozaki, Hajime Takeuchi lattes
Orientador(a): - lattes
Banca de defesa: Miranda, Sonia Regina lattes, Schettino, Francesco, Frigotto, Gaudêncio, Rodrigues, José dos Santos, Sarmento, Diva Chaves
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13138
Resumo: O estudo teve como objetivo analisar o atual debate da tradição marxista no que se refere à concepção de Marx sobre as crises capitalistas. A partir da utilização do materialismo dialético, passou pelas seguintes etapas: a) elaboração do estado da arte da editoração para a publicação dos manuscritos deixados por Marx após sua morte até os dias atuais; b) reconstituição bibliográfica dos planos expositivos de Marx para a elaboração da crítica da economia política, sobretudo no que se refere à crise do capital; e c) análise das defesas contemporâneas sobre mono e pluricausalidade da crise em Marx, assim como outras que se colocam para além dessa polarização. Para tal, considerou os seguintes materiais bibliográficos: a) estudos filológicos realizados por meio da evolução do projeto Marx Engels Gesamtausgabe (MEGA); b) planos expositivos de Marx, desde os Grundrisse até O Capital; e c) textos de David Harvey, Michael Heinrich, Michael Roberts, Alan Freeman, Riccardo Bellofiore, Hector Benoit e Jadir Antunes referentes ao debate sobre a teoria da crise em Marx. Foi possível obter como resultados da investigação: a) a recuperação filológica dos textos de Marx acompanhou os interesses dos Estados operários do Leste Europeu, até o final de sua existência; b) já as atuais publicações evidenciaram materiais inéditos e que foram editados no período anterior de modo a parecerem concluídos por Marx, quando na verdade encontram-se em estágio inacabado, o que reabriu várias discussões, entre elas, a da crise do capital; c) A evolução dos planos expositivos da crítica da economia política, desde o projeto de seis até chegar a quatro livros, tratou-se da própria busca de aplicação do método dialético, no sentido do geral/abstrato para o particular/concreto; d) se, por um lado, nos Grundrisse, Marx abordou explicitamente o tema da crise mas deixou para um momento posterior de análise a exposição concreta do seu mecanismo, por outro lado, em O Capital, apesar de formular a lei da queda tendencial da taxa de lucro, não se deteve em abordar o tema das crises capitalistas; e) as defesas dos autores sobre a explicação de Marx sobre a crise se mostraram intrinsicamente relacionadas ao método como conduziram suas análises; e f) entre os métodos utilizados pelos autores, o que se evidenciou mais coerente foi o que caracterizou a teoria da crise, contida na exposição dialética de O Capital, como síntese da totalidade contraditória do capital (BENOIT; ANTUNES, 2016). Concluiuse, por outro lado, a necessidade de atualizar as análises de Benoit e Antunes (2016), considerando as recentes descobertas filológicas e as características das crises contemporâneas, contempladas nas investigações dos demais autores.