Do paradigma da exclusão ao paradigma da opressão. Nos interstícios entre trabalho social, economia popular e movimento social
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00063 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16670 |
Resumo: | Explorando questões levantadas por profissionais de assistência social que se deparam com os paradoxos da luta contra a exclusão, o ponto de partida desta pesquisa é a invisibilidade da economia popular de recuperação e revenda de resíduos, conhecida como biffe, na região de Ile-deFrance. No entanto, ela tornou visível uma rede que está se expandindo internacionalmente. As experiências dos biffins foram colocadas em diálogo com as do Movimento Nacional de Recicladores de Materiais Recicláveis no Brasil e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Brasil. As estratégias individuais e coletivas em jogo nesses espaços de produção e reprodução da vida, à distância do trabalho social institucionalizado, são analisadas por meio de uma estrutura teórica multirreferencial que combina análise institucional, epistemologias do Sul e geografia social. Uma co-supervisão com uma universidade brasileira ajudou a reequilibrar uma das características desse projeto, que é o fato de ele estar situado em uma linha histórica de exclusão entre dois continentes. A desnaturalização do olhar assim produzida foi reforçada pelo lugar dado aos atores em uma metodologia indutiva e colaborativa para uma análise que dá um lugar significativo aos seus pontos de vista, dando a ver uma parte do que é construído e vivenciado nesses coletivos. A viagem teve um papel fundamental na mudança de foco para um quadro de referência diferente, longe do paradigma da exclusão que predomina na França. Descobri o paradigma brasileiro da opressão nas raízes dos dois movimentos sociais brasileiros envolvidos, por meio da influência da teologia da libertação e da pedagogia do oprimido de Paulo Freire. A dimensão política das atividades dos coletivos desafia diretamente o trabalho social instituído na França. Pensar na luta contra a exclusão como um paradigma possibilitou mostrar sua tendência a atribuir a seus beneficiários uma posição social desfavorecida, em uma circularidade de práticas de trabalho social que reforçam exatamente aquilo contra o que deveriam estar lutando. A resistência das pessoas envolvidas mostrou que esse paradigma não é universal. Ele produz não apenas indivíduos isolados que perderam o rumo, mas também grupos que estão reconstruindo suas identidades. Surpreendentemente, o "analisador vida" revela duas organizações aparentemente antagônicas. Nas instituições dominadas pelo paradigma da exclusão, a vida parece já ter sido escrita por projetos e mecanismos, enquanto nos movimentos baseados no paradigma da opressão, ela parece estar sendo escrita coletivamente. |