Ecologia de epífitas vasculares em áreas verdes urbanas na Zona da Mata, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alvim, Francine Seehaber lattes
Orientador(a): Menini Neto, Luiz lattes
Banca de defesa: Abreu, Narjara Lopes de lattes, Carvalho, Fabrício Alvim lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14107
Resumo: A urbanização é um processo crescente e em constante estado de mudança e as áreas verdes no ambiente urbano apresentam-se como um abrigo da natureza. Epífitas são plantas que crescem sobre outras plantas sem parasitá-las, ou seja, sem retirar delas nenhum tipo de nutriente, e sua presença em zonas urbanas, apesar de ainda pouco estudada, pode auxiliar na avaliação da qualidade ambiental da cidade e seu entorno. Objetivou-se caracterizar a composição, estrutura e diversidade florística do componente epifítico vascular em 26 áreas verdes urbanas de 14 municípios da Microrregião de Juiz de Fora, Zona da Mata do estado de Minas Gerais; investigar a similaridade florística entre as áreas e avaliar a importância de variáveis ambientais e aspectos da urbanização sobre essa composição. Foram testadas as seguintes hipóteses: 1) a comunidade de epífitas vasculares apresentará baixa riqueza e diversidade de espécies devido a suscetibilidade desta sinúsia aos distúrbios antropogênicos; 2) haverá baixa diversidade beta devido à homogeneização da flora do ambiente urbano, que tende a apresentar um conjunto reduzido de espécies que são mais tolerantes a tais distúrbios. Para se avaliar a estrutura da comunidade foram calculadas frequências relativa e absoluta, índice de diversidade de Shannon (H’) (comparados através do teste t de Hutcheson) e uniformidade de Pielou (J). Para avaliar a similaridade florística foi conduzida uma análise de agrupamento através de UPGMA, e o índice de similaridade de Jaccard, e a relação entre a composição florística e as variáveis ambientais foi avaliada através de uma análise de correspondência canônica (CCA). Foi amostrado um total de 110 espécies de epífitas nas 26 áreas verdes. A família mais rica foi Orchidaceae, diferentemente do que é comumente encontrado em áreas verdes urbanas. Duas espécies de Bromeliaceae se destacaram com as maiores frequências absolutas: Tillandsia recurvata (68,8%) e T. tricholepis (65,3%) que, somadas, apresentaram frequência relativa de 48,8%. Outras quatro espécies merecem destaque pela frequência apresentada: as Polypodiaceae Microgramma squamulosa (30,8%), Pleopeltis astrolepis (19,4%), P. pleopeltifolia (14,1%) e Rhipsalis lindbergiana (Cactaceae) (13,6%). As demais espécies ocorreram em menos de 10% dos forófitos amostrados. O valor do índice de H’ para as 26 áreas foi 2,44 e de J' foi 0,58, demonstrando dominância das espécies supracitadas. De modo geral os pares de áreas verdes da MJF apresentaram os valores do índice de similaridade de Jaccard superior a 25%, suficiente para se considerar a composição florística similar entre as áreas. A CCA apontou como importantes as seguintes variáveis: média de cobertura de nuvens, variação da temperatura anual, média de temperatura anual, sazonalidade de evapotranspiração e elevação. É possível perceber a homogeneidade da flora epifítica da MJF, provavelmente causada pela seleção de espécies tolerantes à perturbação antrópica no ambiente urbano. Alguns resultados sugerem a necessidade de estudos mais abrangentes sobre as epífitas em ambiente urbano, como Orchidaceae ser a família mais rica (uma vez que geralmente é pobre em tal ambiente), melhor definição dos padrões de distribuição das espécies tanto com relação aos ambientes antropizados quanto com os forófitos exóticos e nativos, assim como conhecer melhor a funções ecológicas desempenhadas pelas epífitas nestes locais.