Fatores associados à percepção dos benefícios e barreiras para atividade física em pacientes com cirrose hepática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Siqueira, Marcela Rodrigues de lattes
Orientador(a): Aguiar, Aline Silva de lattes
Banca de defesa: Mira, Pedro Augusto de Carvalho lattes, Pace, Fábio Heleno de Lima lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11423
Resumo: Cirrose é o estágio final de diferentes doenças crônicas do fígado, trazendo consequências para o sistema musculoesquelético. Embora existam evidências de melhora muscular pela prática atividade física, ainda é baixa sua adesão por esses indivíduos. O objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados à percepção dos benefícios e das barreiras para atividade física em pacientes com cirrose hepática. Realizou-se estudo transversal entre janeiro e julho de 2018 no ambulatório de Hepatologia do Hospital Universitário da Universidade de Juiz de Fora. Participantes que atenderam aos critérios de inclusão, diagnóstico de cirrose e idade entre 18 e 80 anos, de ambos os sexos, foram selecionados a partir da agenda de atendimentos e convidados, presencialmente, para participar do estudo. Os pacientes responderam aos questionários sociodemográfico e clínico, a Escala de Benefícios e Barreiras para Atividade Física (EBBS) e tiveram sua força de preensão manual medida por dinamômetro. Para testar as possíveis associações entre as subcategorias da EBBS, Benefícios e Barreiras, e as variáveis independentes foi utilizada análise de regressão linear generalizada utilizando distribuição gamma e função de ligação logarítmica. Dos 102 pacientes, 62 (60,8%) eram homens, a média de idade foi 59 (±10,58), e a classificação prognóstica de 59 (57,8%) Child A e 43(42,2%) Child B/C. Destes, 48% apresentaram varizes esofagianas e 29,4% descompensação em ascite. Diabetes e hipertensão arterial sistêmica estava presente em 43,1% e 57,8%, respectivamente. A força de preensão manual foi 30,16 (±10,41) Child A e 25,54 (±9,16) Child B/C. A análise linear generalizada univariada identificou associação entre ascite e EBBS Benefícios (IC 95% [-0,079; 0,03], β=-0,038, P=0,066) e Barreiras (IC 95% [0,003; 0,217], β=0,110, P=0,045). No grupo que apresentou descompensação em ascite, a força de preensão manual associou-se tanto à EBBS Benefícios (IC 95% [0,001; 0,009], β=0,005, P=0,019) quanto à Barreiras (IC 95% [-0,027; -0,003], β=-0,109, P=0,016). E no grupo sem, os valores de bilirrubina total se associaram à EBBS Barreiras (IC 95% [-0,098; -0,007], β=-0,053, P=0,023) e os riscos cardiovasculares à EBBS Benefícios (IC 95% [0,005; 0,096], β=0,05, P=0,03). A presença de descompensação em ascite prévia ou atual associou-se tanto à EBBS Benefícios quanto à Barreiras. Pacientes com descompensação em ascite, a força de preensão manual associou-se tanto às barreiras quanto aos benefícios percebidos para atividade física. No grupo sem descompensação, os valores de bilirrubina total se associaram às barreiras, e os riscos cardiovasculares (diabetes e/ou hipertensão) aos benefícios percebidos para atividade física. Pacientes com cirrose hepática devem ser acompanhados com medidas de força e diretrizes sobre a prática de atividade física devem ser estabelecidas.