Efeitos agudos do consumo de bebidas energéticas nos parâmetros cardiovasculares em adultos saudáveis: uma revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências aplicadas à Saúde - PPgCAS
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Departamento: |
ICV - Instituto de Ciências da Vida
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00036 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15630 |
Resumo: | O mercado de bebidas energéticas (BEs) tem crescido exponencialmente nos últimos anos entre a população jovem-adulta devido a sua capacidade de melhorar a sensação de fadiga, concentração e desempenho físico. Isso se deve ao alto teor de cafeína em sua composição. Evidências isoladas sugerem que o consumo de BE pode causar alterações agudas nos parâmetros cardiovasculares, mas não há concordância sobre a verdadeira magnitude desses efeitos. O objetivo desta revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados (ECRs) foi avaliar os efeitos agudos e subagudos do consumo de BEs em diferentes períodos de tempo na pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), frequência cardíaca de repouso (FCrep), débito cardíaco (DC), função endotelial, intervalo QT (QT) e QT corrigido (QTc) em adultos saudáveis. Um artigo protocolo foi previamente elaborado. As buscas incluíram as bases PubMed, EMBASE, Cochrane, LILACS, Web of Science e SportDiscus e a literatura cinzenta. Os resultados estão apresentados em diferença de médias entre o grupo intervenção (BE) comparado a condição controle (BC) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Para estimar efeitos em estudos futuros foi incluído intervalo de predição de 95% (IP 95%; ≥ 3 estudos). A heterogeneidade foi avaliada pelo teste de Higgins (I²). Outliers foram avaliados pela falta de sobreposição dos IC 95%. As análises foram realizadas no RStudio no pacote “meta”. Foram incluídos 17 estudos (n= 475), desses, 14 eram ECRs cruzado. Os dados de PAS e PAD foram avaliados em 16 estudos, a FC em 15, o DC em três, o QT e o QTc em cinco. Após o consumo da BE, a PAS aumentou 3,23 mmHg (IC 95% 1,19 a 5,28, p < 0,01) após 30 a 40 minutos, 4,61 mmHg (IC 95% 2,80 a 6,42, p < 0,01) após 60 a 80 minutos, 4,10 mmHg (IC 95% 1,63 a 6,56, p < 0,01) após 90 a 100 minutos e 3,64 mmHg (IC 95% 1,66 a 5,63, p < 0,01) após 120 minutos. A PAD aumentou 2,92 mmHg (IC 95% 0,91 a 4,94, p < 0,01) antes de 20 minutos, 2,22 mmHg (IC 95% 0,84 a 3,59, p < 0,01) entre 30 e 40 minutos, 2,73 mmHg (IC 95% 1,46 a 4,01, p < 0,01) entre 60 e 80 minutos, 3,77 mmHg (IC 95% 2,02 a 5,52, p < 0,01) entre 90 e 100 minutos e 4,58 mmHg (IC 95% 2,73 a 6,43, p < 0,01) após 120 minutos. O DC aumentou 0,43 L/min (IC 95% 0,08 a 0,77, p= 0,016) somente no período de 30 a 40 minutos após a intervenção. A FCrep, o QT e o QTc não apresentaram alterações significativas. Não foram encontrados estudos que avaliaram a função endotelial. Em conclusão, o consumo agudo de BEs aumenta a PAS e PAD por até duas horas após sua ingestão. Além disso, houve pequena modificação no DC e nenhuma influência na FC e no QT/QTc em adultos saudáveis. No entanto, pelo reduzido número de estudos envolvidos, os resultados devem ser interpretados com cautela. |