Quedas e recorrência: associação com déficit visual e auditivo autopercebidos e acesso dispensado ao evento em idosos comunitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Generoso, Carla Karoline Pires lattes
Orientador(a): Teixeira, Maria Teresa Bustamante lattes
Banca de defesa: Vieira, Renata Alvarenga lattes, Paradela, Emylucy Martins Paiva lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5601
Resumo: As quedas configuram-se como um evento prevalente entre os idosos e em virtude de sua dimensão física, psicológica, social e econômica é considerada um grave problema de saúde pública. Subjacente aos fatores de risco já conhecidos, enfatizamos neste estudo fatores comportamentais como a autopercepção e a influência de déficits visual, sobretudo o auditivo autopercebidos relacionados à queda e quedas recorrentes. Considera-se a importância de conhecer os serviços de saúde que esses indivíduos têm acesso e utilizam após ocorrência desse evento. Portanto, o objetivo deste estudo foi estimar a prevalência e recorrência de queda e sua associação com a déficit visual e auditivo autopercebidos, descrever o acesso e gravidade relativo a este evento em idosos do município de Juiz de Fora. Estudo de delineamento transversal, que avaliou 315 idosos comunitários ≥ 60 anos, de ambos os sexos por meio de inquérito domiciliar. Os dados foram analisados pelo programa Stata 13,0 verificando as Razões de Prevalência com respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC 95%) e α = 0,10. Nas análises multivariadas ajustaram-se modelos de Regressão de Poisson e Multinomial. Os resultados serão apresentados em dois estudos. No primeiro a prevalência de quedas foi de 34,3% e 10,8% de recorrência. A prevalência de quedas nos indivíduos com deficiência auditiva autopercebida foi de 45,6%. Esteve associada à queda: faixa etária de 70 a 79 anos sexo feminino e não uso de dispositivos para correção visual e a Quedas recorrentes: idade ≥ 80 anos e Deficiência visual e Deficiência auditiva autopercebidas. No segundo estudo observamos que idade superior a 80 anos, necessidade de internação em pronto atendimento ou internação e maior percentual de perda de consciência após a queda esteve mais associada à queda recorrente que foi considerada mais grave que as quedas sofridas pelos idosos que caíram uma vez. Ambos os grupos declararam ter mais acesso aos serviços públicos, apesar de grande parcela ter pelo menos algum plano de saúde. As quedas caracterizaram-se como domiciliares e diurnas, porém idosos que relatam uma queda caíram mais na escada e varanda diferente da queda recorrente que ocorreu em locais mais restritos como quarto e sala. Os resultados indicam importante relação entre déficit auditivo autopercebido e queda além de informações relevantes sobre as características e gravidade da queda entre idosos comunitários. Considerando a partir disso a necessidade de investigação ampla da relação entre déficits auditivos e as adaptações que são feitas aos idosos que escutam pouco e que segundo nosso estudo tem pouco acesso aos dispositivos de correção auditiva poderiam auxiliar em estratégias para a prevenção deste evento. Além de salientar a importância da prevenção através de um acesso mais eficaz à atenção primaria e assim como a oferta de visitas domiciliares pelas equipes de Estratégias de Saúde da Família que poderiam auxiliar em orientações a fim de diminuir a ocorrência de quedas nos locais mais prevalentes e o impacto do medo de quedas recorrentes entre os idosos da comunidade.