Avaliação da atividade antimicrobiana in vitro do peptídeo Lrot3.6 nanoencapsulado frente às bactérias E. coli, S. aureus e S. epidermidis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Elisandra Maria dos lattes
Orientador(a): Santos, Marcelo de Oliveira lattes
Banca de defesa: Goliatt, Priscila Vanessa Zabala Capriles lattes, Brandão, Humberto de Mello lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6904
Resumo: Infecções bacterianas constituem uma ameaça à saúde humana e um sério problema para os sistemas de saúde, devido à uma crescente incidência de infecções causadas por bactérias multirresistentes. Entre importantes bactérias causadoras de infecções estão as Staphylococcus aureus, espécie de maior interesse médico, sendo a causadora mais comum de infecções nosocomiais e também comunitárias; Staphylococcus epidermidis, isolado mais frequente encontrada em epitélios humanos, sendo a principal responsável por infecções relacionadas a dispositivos médicos; e a Escherichia coli, dentre as bactérias gram-negativas é a causadora mais comum de infecções nosocomiais e adquiridas na comunidade. Peptídeos antimicrobianos (AMPs) são um grupo diverso e abundante de compostos produzidos por organismos multicelulares, tanto animais quanto vegetais, e são componentes principais da imunidade inata contra infecções e podem ser alternativas no tratamento de doenças infecciosas. Neste contexto, a associação entre AMPs e a nanotecnologia pode ser utilizada como estratégia no combate a infecções bacterianas. Entre os nanomateriais existentes estão as nanopartículas poliméricas, que são biodegradáveis e biocompatíveis. Esses nanomateriais podem participar de formulações contendo antibióticos usuais ou novas moléculas bioativas, como os AMPs, e podem ser alternativas promissoras para o tratamento de infecções bacterianas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antimicrobiano do peptídeo Lrot3.6 nanoencapsulado frente à bactérias gram-positivas e gram-negativas, bem como os efeitos citotóxicos em cultura in vitro de células HEK293. Foram sintetizadas nanopartículas de quitosana livre e estruturadas com o peptídeo Lrot3.6 pelo método de gelificação iônica. As nanopartículas sintetizadas foram caracterizadas quanto ao tamanho, índice de polidispersão, potencial Zeta e foi determinada a eficiência de encapsulação do peptídeo. Após a síntese, foram realizados ensaios antimicrobianos por microdiluição em placa de 96 poços, utilizando cloranfenicol, o peptídeo livre e nanoencapsulado, e a nanopartícula livre nas concentrações de 8, 16, 32, 64 e 128 μg/mL, bem como ensaio para análise da ação bactericida ou bacteriostática dos tratamentos e avaliação da citotoxicidade dos tratamentos por MTT. As análises estatísticas foram realizadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Os índices de polidispersão foram 0,356 (nanopartícula livre) e 0,398 (peptídeo nanoencapsulado). Os potenciais Zeta foram 36,5 ± 2,1 mV (nanopartícula livre) e 35,7 ± 2,2 mV (peptídeo nanoencapsulado). O peptídeo nanoencapsulado apresentou uma eficiência de encapsulação de 93,55%. Em relação aos ensaios antimicrobianos, o peptídeo livre apresentou MIC de 8 μg/mL para todas as bactérias testadas. A nanopartícula livre também apresentou efeito antimicrobiano, com MIC de 64 μg/mL para todas as bactérias. A nanoencapsulação do peptídeo favoreceu principalmente a inibição do crescimento de E. coli, bactéria em que o tratamento mais se destacou por possível efeito sinérgico entre a quitosana e o peptídeo Lrot3.6. No geral, observou-se também a liberação prolongada do peptídeo em até 48 horas. Além disso, o nanossistema na menor concentração, 8 μg/mL, não foi citotóxico em até 48 horas.