Stelarc e a comunicação: a túnica inconsútil das corporeidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Holzapfel, Vilson lattes
Orientador(a): Silveira Júnior, Potiguara Mendes da lattes
Banca de defesa: Queiroz, Álvaro João Magalhães de lattes, Alonso, Aristides Ledesma lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3419
Resumo: Propondo-se a analisar a produção artística de Stelarc a partir de um olhar semiótico, a presente pesquisa busca elementos que legitimem a interpretação simbólica, portanto fantasiosa, imaginária e utópica, das performances, observando-as como signos do processo evolutivo humano em luta contra a obsolescência. A essa leitura opõe-se Brian Massumi, que sugere a observação literal e restrita ao espaço performático. A análise, baseada na Semiótica de Peirce, segue três etapas: a primeira, descritiva, demora-se nos fundamentos do signo; a segunda intenta delinear o objeto, que se prolonga do espaço performático à realidade contígua e imbrica sobre a futuridade pós-humana. Na terceira, observam-se os efeitos interpretativos nas categorias de primeiridade, secundidade e terceiridade, com ênfase no legissigno instituidor das corporeidades conectadas, base de uma sugestão de modelo classificatório que, ao considerar o caráter relacional do ciberespaço, destaca o modo como se dão os contatos sociais em Stelarc e como influenciam a subjetividade. A proposta complementa o modelo de Massumi, fundado no automatismo força atuante corpo ação transduzida. As relações em Stelarc são eminentemente táteis, viscerais, em que o corpo torna-se arena de manifestação do comportamento híbrido, coletivo, fractal. À luz da Pragmática, observar-se-á o interpretante stelarciano em seu poder de alterar a visão de mundo do intérprete e seus hábitos de sentimento, ações e pensamentos. Será analisada, portanto, a capacidade do signo artístico de incentivar o crescimento da razoabilidade concreta, ao estimular a busca do Summum Bonum, ideal estabelecido pela Estética e executado pela Lógica, sob a direção da Ética. Por fim, a pesquisa identifica elementos que validem a leitura simbólica a partir de critérios objetivos respaldados nos fundamentos e na referencialidade do signo, somados à experiência colateral do intérprete. Na presente pesquisa, foram consideradas as teorias de Peirce sobre semiótica, a partir das observações de Gambarato, Fernandes, Serra, Tienne e Santaella; de Hall, Freud, Lemos, Marcondes Filho, Rüdiger, Maffesoli sobre subjetividade e socialização; de Kerckhove, Lévy, Santaella e Domingues, como teóricos da cibercultura; e de Leão, Fernandes, Dery, Goodall, Jones, Kroker, Smith, Massumi sobre o universo stelarciano.