Pós-abolição no Piauí (1888–1940): entre o campo, a cidade e as experiências de trabalho e disciplina da população negra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Libério, Chrigor Augusto lattes
Orientador(a): Jesus, Ronaldo Pereira de lattes
Banca de defesa: Viscardi, Cláudia Maria Ribeiro lattes, Rocha, Cristiana Costa da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16975
Resumo: Em busca de registrar as estratégias de sobrevivência da população negra com o fim do cativeiro, o presente trabalho se atentou a explorar as experiências na cidade, no campo, do trabalho e da disciplina relegadas às populações negras no pós-abolição do Piauí. Tendo em vista as políticas de finalização da escravidão, buscamos entender quais os impactos das políticas de pedagogia do trabalho construídas pelo Estado para a população negra no pós-abolição. Com esse questionamento, a pesquisa delineou-se no sentido de compreender as práticas de trabalho desenvolvidas pela população negra em consonância com as práticas de subordinação do Estado. Exploramos os centros agrícolas erigidos no período imperial e sua continuidade na República, assim como as práticas de disciplinamento impostas à população com Códigos de Postura do Estado e outras formas de educação ao trabalho. Para tal, utilizamos como corpus documental o Livro de Detidos de Teresina (1900-1926), o Rol de Culpados do Piauí (1889-1919), os Códigos de Postura das cidades do Piauí e as leis que construíram os centros agrícolas, a fim de compreendermos os aparatos de subordinação do Estado. Na busca em localizar a população, e perfazendo uma análise demográfica a partir das fontes, objetivamos problematizar os espaços de trabalho ocupados pela população negra no pós-abolição, assim como observar as práticas que indicam sua busca de autonomia com o fim da escravidão. Ademais, foi possível observarmos a constante mobilização do Estado em construir um espaço de trabalho para a população negra, imobilizando-a no campo e no trabalho subordinado. Inspirados nas análises de Clóvis Moura, nomeamos tal movimentação como imobilismo social contra o negro no mercado de trabalho. Observamos também práticas de subversão à norma pela população negra, que aderiu à agricultura familiar como forma de resistência à opressão na terra.