Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Afonso, Luciana Araújo
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Orientador(a): |
Grincenkov, Fabiane Rossi dos Santos
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Banca de defesa: |
Mármora, Cláudia Helena Cerqueira
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Paiva, Bianca Sakamoto Ribeiro
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10318
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Resumo: |
Os profissionais de saúde que atuam na oncologia se veem em meio à fragilidade da vida humana, visto que o câncer ainda é considerado a segunda maior causa de mortes no Brasil. Por sua vez, esses profissionais são frutos de uma sociedade que tem a morte como tabu, fato que gera implicações em sua prática profissional, bem como frente à ênfase que a formação acadêmica dos cursos de saúde tem dado às habilidades técnicas-científicas, enfocando muitas vezes o caráter curativo e de estabelecimento de saúde do indivíduo em detrimento do estudo da tanatologia, tornando grande parte dos profissionais incapacitados para lidarem com a morte e/ou o processo de morrer. Desta forma, a presente pesquisa tem por objetivo geral compreender as atitudes de uma equipe de saúde que atua na oncologia diante da morte de pacientes. Como objetivos específicos busca-se levantar informações sobre as crenças, sentimentos e ações dos profissionais diante da morte de pacientes, suas percepções quanto ao preparo da formação para o enfrentamento desta vivência, bem como analisar se há associações entre suas habilidades sociais e resiliência com as atitudes diante da morte. Trata-se de um estudo transversal, exploratório e correlacional, de caráter qualitativo e quantitativo, cuja amostragem foi por conveniência e composta por 38 profissionais de saúde (Técnicos de Enfermagem, Enfermagem, Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social) de um hospital oncológico de referência ao tratamento do câncer, localizado no município de Muriaé/MG. Os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico, profissional e clínico, entrevista semiestruturada, Escala de Resiliência e Inventário de Habilidades Sociais (IHS). Os dados qualitativos foram submetidos à Análise de Conteúdo de Bardin e os dados quantitativos foram analisados por meio da estatística descritiva, sendo também realizada a Correlação de Pearson. Como resultados, constatou-se que grande parte dos profissionais apresentaram atitudes de negação no contato com a morte e o processo de morrer de pacientes (42%) e verificou-se que atitude negativa diante da morte de pacientes correlacionou-se negativamente com habilidade social e resiliência. Além disso, identificou-se que 79% dos entrevistados apontaram o despreparo da formação para o enfrentamento da terminalidade. No que concerne às crenças diante da morte de pacientes, a maior parte da amostra concordou que a morte significa perda e angústia. Quanto aos itens relacionados aos sentimentos diante da morte de pacientes, a maior parte da amostra concordou com o item “sinto tristeza profunda com a morte do paciente”. Por fim, grande parte dos participantes concordou com as ações: “mesmo estando em casa continuo pensando sobre o quadro clínico do paciente” e “há muitos momentos em que aproximo do paciente e há muitos momentos em que eu o evito”. Espera-se que os achados deste estudo contribuam para que futuramente intervenções sejam traçadas, direcionadas ao desenvolvimento de habilidades específicas com foco no melhor enfrentamento da terminalidade. |