Autonomia relativa e disputa por hegemonia na televisão pública: a participação dos movimentos sociais na TV Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vieira, Allana Meirelles lattes
Orientador(a): Coutinho, Iluska Maria da Silva lattes
Banca de defesa: Leal, Paulo Roberto Figueira lattes, Bolaño, César Ricardo Siqueira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1271
Resumo: Este trabalho analisa a participação dos movimentos sociais no telejornalismo da televisão pública brasileira, a TV Brasil, a fim de pensar a autonomia relativa dessa emissora e as possibilidades de disputa por hegemonia por meio dela e em seu interior. Para tanto, parte-se de um arcabouço teórico de base marxista sobre as determinações e reproduções da Indústria Cultural no contexto capitalista democrático bem como sobre as possibilidades de resistência e contestação nessa esfera. A fim de compreender as particularidades dos processos de dominação e disputa no Brasil, empreende-se também uma breve reconstituição histórica sobre o desenvolvimento do sistema de comunicação no país, apontando as influências mercadológicas e políticas assim como situando o modelo público nesse contexto. A partir das reflexões teóricas e da contextualização histórica, busca-se entender a configuração da TV Brasil e sua empresa gestora, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Nesse sentido, aborda-se o desenho institucional da empresa e as forças que conformam e transformam o campo interno da TV Brasil, especialmente no que se refere à produção telejornalística, a fim de analisar empiricamente a forma como se estabelece a autonomia relativa e como se exercem as disputas por hegemonia. Parte-se, portanto, de uma perspectiva macro até uma observação micro, ao incluir a análise da principal instância de participação da sociedade civil na EBC – o Conselho Curador – e do campo, a priori, menos autônomo – o jornalístico –, tensionando assim, as determinações e as resistências. Desse modo, apresenta-se os resultados de pesquisas documentais, entrevistas e análises de conteúdo das reuniões do Conselho Curador, com o objetivo de explicitar sua configuração, suas dinâmicas e suas influências sobre o jornalismo. Já no campo jornalístico, adota-se a pesquisa de campo – com entrevistas, aplicação de questionários e observações – associada às teorias clássicas do jornalismo e à análise do material audiovisual das matérias sobre movimentos sociais do Repórter Brasil – principal telejornal da TV Brasil. Com o intuito de enriquecer a observação e acrescentar uma perspectiva relacional à análise de conteúdo, assim como considerando as influências do modelo comercial na concepção do jornalismo brasileiro, optou-se por comparar os resultados sobre o Repórter Brasil com a cobertura feita pelo Jornal Nacional, no mesmo período. Foi possível, diante dessas reflexões teóricas e observações empíricas, perceber uma correlação entre participação da sociedade civil organizada, autonomia relativa da emissora e possibilidades de disputa por hegemonia. Da mesma maneira, notou-se uma correspondência entre a configuração institucional, os conflitos na produção jornalística e o conteúdo exibido.