Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Matheus Machado
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Orientador(a): |
Perez, Daniel Omar
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Banca de defesa: |
Corrêa, Fernanda Silveira
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Simanke, Richard Theisen |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17841
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Resumo: |
A história clínica de Sergei Konstantinovitch Pankejeff, o mítico paciente de Freud, continua a intrigar e despertar discussões sobre a validade e os limites da interpretação dos diagnósticos na psicanálise. Em 1910, Sergei visitou o consultório de Freud, após algumas tentativas com outros psiquiatras. Dessa visita resultaram um longo tratamento, com duração de quatro anos, e o diagnóstico de um caso grave de neurose obsessiva. A influência dos traumas na formação da sexualidade infantil sobressaiu entre as memórias relatadas por Sergei no curso do tratamento, e foi partindo destas memórias que Freud realizou um trabalho teórico mais minucioso a respeito da sexualidade e das fases do desenvolvimento da libido. No contexto da comunidade psicanalítica, é certo que o diagnóstico de Freud foi o primeiro, no entanto, embora originária, a concepção freudiana não foi a última palavra sobre o adoecimento de Sergei. Outra interpretação ficou bastante conhecida, a de Ruth MackBrunswick, que divergiu da posição freudiana ao diagnosticar Sergei como um caso de paranóia hipocondríaca. O objetivo da presente dissertação consistiu em revisitar a história clínica deste paciente a fim de mapear os eventos traumáticos e os processos psíquicos que levaram Freud ao diagnóstico da neurose obsessiva e Mack-Brunswick à hipótese de um quadro de psicose. Ao mesmo tempo que ambos os analistas convergem ao enfatizar um sofrimento de natureza ideativa, há diferenças teóricas e de manejo clínico que logo se evidenciam. Mas, talvez, haja, aqui, diferenças transferenciais, sobretudo. Enquanto Freud investigou as repercussões de uma neurose infantil, destacando os impasses do desenvolvimento psicosexual nos adoecimentos da vida adulta, Ruth se achava diante da difícil tarefa de abir caminho para a elaboração dos restos transferenciais de processos analíticos anteriores que pareciam carecer de elaboração, e cuja relação com a realidade estava além de uma neurose. |