Estudo das propriedades antimicrobianas de Caryocar villosum (Aubl.) Pers. sobre bactérias cariogênicas
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado Acadêmico em Ciências Aplicadas à Saúde
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Departamento: |
ICV - Instituto de Ciências da Vida
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00327 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13690 |
Resumo: | A cárie dentária é um problema de saúde pública, que está associada ao aumento de Streptococcus mutans e Lactobacillus acidogênicos, envolvidos no início e progressão das lesões, respectivamente. Os antimicrobianos padrão-ouro no combate a essas bactérias vêm apresentando efeitos adversos que incentivam o estabelecimento de estudos para identificação de substâncias alternativas para a prevenção da doença. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antimicrobiano de extratos de Caryocar villosum contra bactérias responsáveis pela doença cárie, Streptococcus mutans e Lactobacillus sakei. Extratos de polpa, semente e casca de C. villosum, obtidos com diferentes solventes (etanol, hidroalcóolico, hexano e metanol) em concentrações que variaram de 5 a 0,009 mg/mL, foram testados. Para determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM), foi adicionado à placa de 96 orifícios 50 μL das soluções dos extratos ou clorexidina em diferentes concentrações juntamente com 50 μL de cultura bacteriana. Como controle negativo foi utilizado Caldo Infusão Cérebro e Coração (BHI) estéril ao invés da solução dos extratos. Após incubação a 37º C por 48 horas, foi acrescentado resazurina para avaliar a viabilidade celular. A natureza da atividade antimicrobiana, foi avaliada através do tempo de morte dos micro-organismos desafiados a concentrações de ½ CIM e CIM dos extratos, incubadas a 37º C. Alíquotas de 10 μL foram plaqueadas, em intervalos de tempo crescentes até 24 horas, em placas de Petri com ágar BHI, incubadas a 37º C por 24 horas para contagem das unidades formadoras de colônias (UFC/mL). A liberação de proteínas intracelulares das bactérias foi avaliada para avaliação de possível ação dos extratos sobre a parede celular bacteriana, após incubação a 37ºC por 5 horas. Para a avaliação da interferência dos extratos na capacidade de aderência à superfície pelas bactérias, concentrações entre 0,312 a 5 mg/mL foram utilizadas em placas de microtitulação com as culturas das duas bactérias, e incubadas a 37º C por 24 horas. Após esse período os poços foram lavados com água destilada, e adicionados metanol, cristal violeta e por último ácido acético glacial. A quantidade de micro-organismos aderidos à placa foi medida por absorbância a 540nm. Os extratos apresentaram atividade antimicrobiana em CIM variando entre 1,25 e 2,5 mg/mL, para as duas bactérias testadas. Todos os extratos testados contra L. sakei apresentaram ação bactericida, já contra S. mutans a atividade variou entre bacteriostática e bactericida. Mesmo resultados apontando capacidade bactericida para alguns extratos, no teste de liberação de proteínas, não houve indicativo de comprometimento da parede celular, sugerindo que o mecanismo de ação dos extratos sobre as bactérias seja em outro alvo celular. A capacidade de reduzir a aderência bacteriana à superfície foi observada em todas as concentrações testadas, inclusive as subinibitórias, sendo um resultado importante, visto que a cárie é uma doença biofilme-dependente. Os resultados do presente estudo são relevantes para o uso dos diferentes extratos de C. villosum no combate e prevenção da cárie. Novos estudos devem ser conduzidos para identificação dos compostos ativos presentes nos extratos, além da avaliação da toxicidade e danos à mucosa oral para o uso seguro. |