Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Élen Rodrigues
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Orientador(a): |
Pereira, Prisca Agustoni de Almeida
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Banca de defesa: |
Rocha, Enilce Albergaria
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Silva, Maria Andréia de Paula
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Faria, Alexandre Graça
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Dias, André Luiz de Freitas
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6468
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Resumo: |
A presente dissertação propõe um estudo da obra poética de Conceição Lima, escritora natural de São Tomé e Príncipe, à luz das leituras de cinco principais autores que nortearão todo eixo analítico da obra. Pretende-se lançar um olhar contestador dos discursos hegemônicos que atuam sobre realidade cotidiana de países subdesenvolvidos, a fim de analisar se, na obra de Conceição Lima, o sujeito subalterno tem voz, especialmente, o sujeito negro feminino. A partir de Gayatri Spivak (2014), compreende-se o espírito de nacionalidade em meio às dores da lembrança das lutas anticoloniais sob a reflexão de um mundo ocidental em crise. Propõe-se uma observação dos lugares de convergências de multiplicidades culturais que contribuem para renegociar experiências, a fim de explorar como as escritas de mulheres negras renegociam as questões relacionadas às identidades, especialmente, quando se tratam, para Carole Boyce Davies (1994), de escritas diaspóricas. A partir de Stuart Hall (2003), serão perscrutadas as ideias de nação e nacionalidade acerca de uma reflexão sobre identidades multiculturais, transnacionais e diaspóricas, resultantes de uma construção social, política e histórica, capaz de refletir, na produção artística, a busca pela liberdade, cidadania e autonomia culturais. Será analisada a forma como a poeta se auto define em meio às multiplicidades culturais em movimentos de diáspora, que lhe permite realizar um olhar crítico sobre sua terra natal, ao mesmo tempo em que lhe possibilita criar simbolicamente novas comunidades, visto que a ideia de identidade diaspórica, para Wendy Walters (2005), é mais do que uma performance literária. Ela é, sobretudo, um ato político. Na sociedade multicultural, o sujeito torna-se híbrido, e os discursos dominantes e pretensamente homogeneizantes passam a ser contestados. Por isso, é insustentável hoje pensar em uma identidade nacional que seja pura e de raiz única, visto que o mundo se criouliza e se criam microclimas culturais e linguísticos inesperados. Lugares nos quais a repercussão da sobreposição das culturas é abrupta e imprevisível, predominando na totalidade-mundo, para Édouard Glissant (2005), a realidade crioula, sempre ao encontro de outras raízes e capaz de revelar a Utopia necessária – o povo que falta – a fim de esfacelar as concretudes e fazer emergir o micro, o uno, o múltiplo e o inextricável. |