Virtus, prima inter pares: a ética estoica em Cícero e a proposta de identidade filosófica em Tusculanae Disputationes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carreiro, Záira Caroline Dutra lattes
Orientador(a): Miotti, Charlene Martins lattes
Banca de defesa: Silveira, Carlos Frederico Gurgel da lattes, Sousa, Fernanda Cunha lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12170
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo apresentar a ética estoica na composição do ecletismo ciceroniano e, além disso, o uso destes conceitos éticos nas tusculanae disputationes, mostrando a possibilidade de fortificação moral do homem romano a partir do uso da filosofia como terapia, denominada por nós como identidade filosófica. Tivemos como ponto de partida a apresentação do contexto de surgimento da doutrina da escola do pórtico, assim como os componentes de sua ética: os conceitos de virtude,vício, indiferentes, paixões e as ações adequadas, além de feita a diferenciação entre o sábio e o insensato. Como eclético que era, Cícero não tomou nenhuma posição definida tratando-se de filiação filosófica, mesmo tendo suas preferências, pois comungava do pensamento de várias doutrinas. No campo ético, recebeu maior influência da escola do pórtico, ainda que fosse conhecedor de todas as doutrinas helênicas, seu contato direto com os filósofos da fase média da stoá fez com que ele se achegasse mais aos grandes nomes deste período, sendo influenciado por Possidônio de Apaméia e, principalmente, por Panécio de Rodes. Sua filosofia estava ligada à sua vida pessoal e aos problemas da República em declínio. A formação do tratado ciceroniano vai ao encontro dos acontecimentos da Roma do séc. I a.e.c., bem como da condição de abalamento do orador. A identidade filosófica romana, apontada na forma de aconselhamentos morais, inicia-se com a apresentação do retor-filósofo, a persona consolatória que representa o arpinate, e segue com o desenvolvimento do gênero da consolatio, gênero escolhido como meio de preparar o homem para enfrentar as adversidades da vida. Esses aconselhamentos oferecidos por Cícero aos cidadãos têm como foco a valorização da filosofia como algo necessário para a felicidade dos indivíduos (e nisto se inclui o incentivo à produção filosófica em língua latina); a libertação do medo da morte e da dor; o alívio das aflições e perturbações da alma como caminho para a vida feliz e as virtudes como sementes da medicina da alma.