Aspectos neuromusculares e biodinâmicos relacionados à idade nos membros superiores e inferiores de mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Amaral, Josária Ferraz lattes
Orientador(a): Novo Junior, José Marques lattes
Banca de defesa: Dias, Rodrigo Gonçalves lattes, Doimo, Leonice Aparecida lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1476
Resumo: O envelhecimento é um processo multifatorial que provoca mudanças na quantidade e na qualidade da musculatura esquelética. A atrofia muscular, juntamente com prejuízos funcionais, está associada a um estado prejudicado de saúde com altas perdas pessoais. Estudos têm demonstrado que a habilidade de gerar força rapidamente pode ser mais funcionalmente relevante do que a capacidade de força máxima, uma vez que muitas das atividades da vida diária são caracterizadas pelo limitado tempo de desenvolvimento de força (50-200ms), o qual é consideravelmente menor do que o necessário para alcançar a força máxima (≥ 300 ms). Todavia, as alterações relacionadas à idade não ocorrem de forma homogênea entre os grupos musculares. Com base na carência de estudos com propósito de analisar os aspectos neuromusculares e biodinâmicos nos membros superiores e inferiores relacionados à idade em mulheres, que são caracterizadas por apresentar as maiores taxas de incapacidade e longevidade, este trabalho objetivou investigar em mulheres de diferentes faixas etárias: se a força, a massa livre de gordura (MLG) e a potência do sinal eletromiográfico dos membros superiores e inferiores são afetadas na mesma magnitude pelo envelhecimento (Estudo 1) e as mudanças relacionadas à idade no desenvolvimento temporal da força de preensão manual e dos extensores do joelho (Estudo 2). No primeiro estudo, analisou-se a força isométrica máxima de preensão manual e de extensão do joelho, a potência do sinal eletromiográfico dos músculos flexores da mão e do vasto lateral por meio da variável root mean square normalizada pela MLG do membro dominante (RMSn) e a MLG por meio da absortometria radiológica de dupla energia em 63 mulheres subdivididas em três grupos (JO. n=33, 24,7±3,5 anos; MI. n=15, 58,6±4,2 anos; ID. n=15, 72,0±4,2 anos). A força de preensão manual foi semelhante entre os grupos (p=0,523), a MLG do membro superior foi menor no grupo ID em relação ao JO (p=0,108) e os valores RMSn foram semelhante entre os grupos (p=0,754). Entretanto, a força dos extensores do joelho, a MLG do membro inferior e os valores RMSn foram menores nos grupos MI (p=0,014, p=0,006 e p=0,013, respectivamente) e ID (p=0,000, p=0,000 e p<0,000, respectivamente). No Estudo 2, foram avaliados a MLG, a força isométrica máxima de preensão manual e de extensão do joelho, bem como o desenvolvimento temporal da força durante os referidos testes, em 52 mulheres subdivididas em três grupos (JO. n=24, 25,2±3,7 anos; MI. n=13, 58±4,2 anos; ID. n=15, 71,3±3,9 anos). Foram observados entre os grupos valores semelhantes de força (p=0,831) e MLG (p=0,207) do membro superior. A taxa de desenvolvimento da força (TDF) foi menor nos intervalos iniciais da contração muscular (0-50 e 0-100ms) nos grupos MI (p=0,005 e p=0,000, para 50ms e 100ms, respectivamente) e ID (p=0,003 e p=0,000, para 50ms e 100ms, respectivamente). A MLG e força do membro inferior foi menor nos grupos MI (p=0,006, p=0,014, respectivamente) e ID (p<0,000, p=0,000, respectivamente) em comparação ao JO. Já a TDF dos extensores do joelho foi semelhante no grupo MI (p>0,05), porém, menor no grupo ID (p<0,05) em comparação ao JO, em todos os intervalos analisados. De acordo com os resultados dos Estudos 1 e 2, os membros inferiores são mais afetados pelo processo de envelhecimento. Dessa forma, a definição de uma estratégia de treinamento adequado para mulheres idosas e de meia idade, sobretudo, dos membros inferiores, de forma a possibilitar uma manutenção da funcionalidade e qualidade de vida dessa população faz-se necessária.