A multifuncionalidade e trajetória de por exemplo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Costa, Rafaela Domingues lattes
Orientador(a): Dias, Nilza Barrozo lattes
Banca de defesa: Silveira, Sônia Bittencourt lattes, Hernandes, Maria Célia Pereira Lima lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5496
Resumo: Os estudos em torno de por exemplo, inicialmente, revelaram que esse objeto caracterizava-se pela função de conector apositivo, interligando unidade base e unidade apositiva. Essa função despertou o nosso interesse para a pesquisa e nos levou a averiguar, sincronicamente, as possíveis funções e comportamentos de por exemplo. Assim, durante as investigações dos dados, encontramos ocorrências de por exemplo apositivo e por exemplo não-apositivo, ambos apresentando uma característica extremamente peculiar: a mobilidade. Sendo assim, quando apositivo, por exemplo ocorre em a) posição inicial, encabeçando unidade apositiva; b) em posição medial, após sintagma (nominal, preposicionado ou adverbial) introdutor de aposição, incidindo em fronteiras de constituintes "...sujeito" e sujeito-verbo. E, ainda, e) nas fronteiras de constituintes (verbo-complemento e fronteira final) que, além de realizar a função focalizadora, apresenta as características simbólicas da aposição, como a relação semântica geral-específico e a correferencialidade parcial. Já em ocorrências não-apositivas, por exemplo é encontrado em fronteiras de constituintes ("...- sujeito", sujeito-verbo, verbo-complemento e, ainda, em fronteira final), desempenhando apenas função focalizadora, isto é, ressaltando anaforicamente ou cataforicamente (dependendo da posição do sintagma preposicionado) uma informação nova. Motivados pela multifuncionalidade desse fenômeno, buscamos também examinar, em âmbito diacrônico, sua origem e trajetória, a fim de legitimar tal diversidade funcional sincrônica apresentada nesse trabalho. Para que alcançássemos tal objetivo de pesquisa, baseamos-nos, principalmente, nos parâmetros de estratificação, divergência, especialização, persistência e decategorização, postulados por Hopper (1991), no pressuposto de unidirecionalidade de Heine et alli (1991), em que itens lexicais básicos ao se gramaticalizarem tornam-se abstratos. E, ainda, na gramaticalização como processo metafórico orientada por estágios, sugerido por Heine (1993). E, foi com base nesses pressupostos, que se procurou apresentar os aspectos da mudança desse fenômeno e indicar a hierarquização de seus usos. Para a realização de tal investigação, utilizaram-se corpora sincrônicos relacionados à língua falada dos projetos: "Fala Mineira", "Corpus de Conceição de Ibitipoca" e dados do "Projeto PROCON". Selecionamos também, como amostras de língua escrita, as seções de entrevista da Revista Cláudia, as páginas amarelas da Revista Veja/ Roberto Pompeu e artigos da Revista Veredas. Quanto aos corpora diacrônicos, contamos com o Corpus Diacrônico do Português, no entanto, tivemos acesso a apenas os séculos XIII, XIV, XV, XVII E XX. Examinamos, também, o Corpus Informatizado do Português Medieval, séculos XIV, XV, XVI, XVII, XVIII e XX; e, ainda, elegemos alguns textos avulsos dos séculos XVI, XVIII E XIX. Tais dados foram submetidos ao programa estatístico GOLDVARB (2001), cujos resultados foram extremamente significantes para comprovar as diversas funções atribuídas ao por exemplo.