O lugar da “Turma de Creche” numa Escola Municipal de Educação Infantil de Juiz de Fora/Minas Gerais: práticas, tempos e espaços das crianças de três anos de idade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mello, Patrícia Assis Vaz de lattes
Orientador(a): Moreira, Ana Rosa Costa Picanço lattes
Banca de defesa: Micarello, Hilda Aparecida Linhares da Silva lattes, Souza, Tatiana Noronha de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00330
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13693
Resumo: A presente pesquisa, vinculada à linha de pesquisa Discurso, Práticas, Ideias e Subjetividades em Processos Educativos do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), teve como objetivo investigar o lugar que a “Turma de Creche” ocupa numa Escola Municipal de Juiz de Fora/Minas Gerais, no que tange aos tempos, espaços e práticas voltadas às crianças de três anos de idade. O estudo está ancorado na perspectiva histórico-cultural de Lev Vigotski sobre o desenvolvimento da criança, destacando o papel do meio nesse processo, em diálogo com as ideias de Paulo Freire acerca da educação. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo Estudo de Caso, que utilizou como instrumentos e técnicas de produção de dados a observação participante, a videogravação, a fotografia, a análise documental (Projeto Político-Pedagógico de 2019 e a Proposta Curricular da Rede Municipal de Juiz de Fora de 2010) e a entrevista semiestruturada com a Professora de Referência e a Coordenadora Pedagógica. As observações foram realizadas durante os meses de outubro a dezembro de 2019, duas vezes por semana. Adotou-se como estratégia metodológica a triangulação de dados com vistas a favorecer a maior compreensão do objeto de estudo. O lugar dessa turma na escola foi problematizado a partir do que foi registrado sobre as relações das crianças com os espaços organizados e o planejamento das atividades educativas. Na análise dos dados, fez-se o confronto entre a legislação, as concepções de criança e infância apontadas no Projeto Político-Pedagógico da escola, as falas da professora e coordenadora, e as experiências observadas no chão da escola. As análises indicaram que, apesar de a centralidade das brincadeiras serem reconhecidas nos documentos nacionais e locais sobre o trabalho com as crianças no contexto da Educação Infantil e nas falas dos sujeitos da pesquisa, o brincar se apresenta como atividade secundária ou menor, além de se mostrar escolarizado na organização dos tempos, espaços e materiais. Percebem-se práticas e significados pautados numa educação e cuidado dos corpos para a submissão, a obediência e o controle, indo na contramão das conquistas legais e científicas do campo. Pensar sobre o lugar das crianças de três anos na escola de Educação Infantil é pensar sobre a reapropriação do lugar da criação e da autoria das crianças, suas especificidades de desenvolvimento, e a valorização de práticas comprometidas com as vivências da infância e com o direito à educação de qualidade.