Pneumonias associadas à ventilação mecânica por bactérias Gram-negativas em um hospital terciário: aspectos clínicos, epidemiológicos e microbiológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Mariana Rodrigues da lattes
Orientador(a): Nascimento, Thiago César lattes
Banca de defesa: Resende, Juliana Alves lattes, Alvim, André Luiz Silva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17133
Resumo: A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) é uma causa importante de infecções associadas aos cuidados de saúde, resultando em hospitalização prolongada com aumento da morbimortalidade. Bactérias gram-negativas altamente resistentes aos antimicrobianos tem sido associada à PAV. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de PAV por bactérias Gram-negativas e seus aspectos clínicos, epidemiológicos e microbiológicos em pacientes internados entre 2018 e 2022 em um hospital terciário em Juiz de Fora, MG. Trata-se de um estudo observacional transversal, retrospectivo e descritivo. A coleta de dados clínicos epidemiológicos e microbiológicos foi realizada através dos prontuários hospitalares e fornecidos pelo laboratório de análises clínicas. Nossos resultados indicaram que 241 pacientes admitidos em um hospital terciário foram diagnosticados com PAV relacionada a bactérias gram-negativas. A maioria era do sexo masculino (55,6%) e concentrou-se na faixa etária acima de 65 anos (54%). Dentre as maiores comorbidades, destacaram-se as doenças do aparelho circulatório (28,2%). O tempo médio de internação foi de 42,27 ± 47,93 dias e o tempo de ventilação mecânica foi de 26,57 ± 20,44 dias. Um total de 315 espécies bacterianas gram-negativas foram isoladas a partir de secreções traqueais, sendo as de maior ocorrência, A. baumanni e K. pneumoniae (22,2%), seguido de P. aeruginosa (20,6%). Em relação ao perfil de susceptibilidade, K. pneumoniae, apresentou altos índices de resistência contra a ampicilina/sulbactam (87,1%), ceftazidima (82,9%), piperacilina/tazobactam (82,6%), cefepime (81,2) e ciprofloxacino e imipenem (80%). A. baumanni, apresentou altos índices de resistência contra amicacina e meropenem (100%), cefepime (97,1%), ciprofloxacino (97,0%) imipenem (95,7%), ampicilina/sulbactam (95,4%) e ceftazidima (91,3%). Para P. aeruginosa os maiores índices de resistência se concentraram na faixa de 50% destacando-se imipenem (53,3%) e meropenem (49,2%). Nossos resultados apontam para a necessidade de conhecimento da epidemiologia e ecologia de cada ambiente hospitalar contribuindo para construção de políticas de prevenção de infecção, contenção da resistência antimicrobiana e uso racional de antimicrobianos.