Do alto do céu ao rés do chão: neotomismo e tradição nos sermões pregados por Vieira no Brasil Colonial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rodrigues, Wallace Faustino da Rocha lattes
Orientador(a): Barboza Filho, Rubem lattes
Banca de defesa: Paula, Christiane Jalles de lattes, Domingues, Beatriz Helena lattes, Rodrigues, André Luiz de Jesus lattes, Martinho, Francisco Carlos Palomanes lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5889
Resumo: A partir de uma pesquisa bibliográfica, faz-se uma leitura dos sermões de Antônio Vieira, principalmente naqueles proferidos durante o seu período missionário no Maranhão, 1653-1662. Parte-se do princípio de que a filosofia neotomista, principalmente através de Francisco Suárez, emerge ao revitalizar a tradição ibérica, abalada por uma série de questionamentos à cosmologia cristã-católica e a sua noção hierárquica do mundo. Vieira desponta com sua prédica barroca em um propósito messiânico que anuncia Portugal como o grande reino salvador da humanidade. Inserindo o profetismo vieiriano na órbita do neotomismo, pode-se entender a sua atuação missionária como algo a afirmar e reforçar a ideia da tradição ibérica pela expansão dos domínios do reino português, bem como da forma de vida lusitana. Porém, ao se deparar com a população colonial, Vieira percebe que sua retórica não surte o efeito desejado. Do otimismo quanto ao inevitável fim português de condução da humanidade ao reino dos céus, através da propagação da palavra de Cristo, tem-se a resignação e o consequente lamento quanto à perda de uma infinidade de almas em pleno território colonial. Esse dado pode ser claramente visto em seus sermões. Ademais, partindo-se do princípio de uma hermenêutica filosófica, e do lugar ocupado pela retórica na construção de uma coletividade, conclui-se que a própria rejeição às palavras de Vieira sinalizam para uma semelhante rejeição da população colonial à tradição ibérica.