Aspectos ecológicos do cervo do-pantanal Blastocerus dichotomus (Illiger, 1815) (Mammalia: cervidae): animais reintroduzidos e ou nascidos na estação ecológica de jataí, nordeste do estado de São Paulo, município de Luís Antônio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Perin, Marco Aurelio Alves lattes
Orientador(a): Andriolo, Artur lattes
Banca de defesa: Vogliotti, Alexandre lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4418
Resumo: O cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) é um mamífero de grande porte, sendo considerado o maior cervídeo nativo da America do Sul. Esta espécie encontra-se extinta em 60% da sua área de distribuição histórica que compreendia as várzeas naturais dos grandes rios entre o sul do Amazonas e o norte da Argentina. Apesar de se encontrar ameaçado de extinção, pouco se sabe acerca dos aspectos ecológicos do cervo-do-pantanal. Nesse contexto, o presente estudo, busca investigar a sazonalidade no comportamento espacial desta espécie, como também analisar informações relacionadas à fidelidade de habitat e relações intra-específicas através da sobreposição de áreas núcleo. Para tanto o mesmo contém uma revisão introdutória e dois capítulos abordando os seguintes temas: 1- estudo comparativo para o efeito da sazonalidade entre animais reintroduzidos e ou nascidos na Estação Ecológica de Jataí (EEJ) e animais de população natural, localizados na bacia do rio Paraná; 2- relações espaciais através da sobreposição de áreas núcleo para animais reintroduzidos e ou nascidos na EEJ. Ao todo 39 cervos-do-pantanal marcados sendo 9 da área de reintrodução e 30 da área de população natural, contribuíram para as análises do presente trabalho. Os resultados revelam que ambas as populações estudadas tiveram áreas de vida maiores para machos do que para fêmeas, o que pode ser reflexo das diferenças nas estratégias de utilização do ambiente por indivíduos de ambos os sexos. Para os animais da EEJ as áreas estimadas para a estação chuvosa geralmente foram menores do que as estabelecidas na seca, já para os animais da bacia do rio Paraná observou-se uma inversão na ordem desses valores, ou seja, a média na estação chuvosa foi maior do que a média no período de seca. Tal inversão pode estar relacionada com a dinâmica das características ambientais promovida pela sazonalidade para cada região. A análise de fidelidade de habitat na área de reintrodução revelou uma sobreposição de suas áreas núcleos estimada para as duas estações seca e chuvosa, com fêmeas apresentando porcentagem de fidelidade maior do que machos. A análise envolvendo a sobreposição de áreas núcleo entre os animais desta região revelaram que dois animais, sendo um macho e uma fêmea, sobrepuseram seus núcleos de atividade mesmo quando estimados com concentração média harmônica (30%) de distribuição de utilização das localizações espaciais. Os dados utilizados neste trabalho fazem parte dos resultados obtidos pelo Projeto Cervo-do-Pantanal de Porto Primavera, coordenado pelo NUPECCE (Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos), localizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias FCAV/UNESP de Jaboticabal, como parte das ações compensatórias referente ao reservatório formado pela usina hidrelétrica Sérgio Motta ou “Porto Primavera”.