Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Galvão, Raíssa Varandas
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Orientador(a): |
Faria, Alexandre
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Banca de defesa: |
Pereira, Prisca Rita Agustoni de Almeida
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Chiarelli, Stefania Rota
,
Dealtry, Giovanna Ferreira
,
Barreto, Carolina de Oliveira
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18061
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Resumo: |
A tese aqui apresentada divide-se em duas etapas: a criação de um romance e a elaboração de um ensaio teórico por meio do qual discute-se o processo da escrita e as reflexões teóricas que perpassaram a construção do romance. Através do entrelaçamento entre o trabalho ficcional e o trabalho teórico, pensam-se as relações possíveis entre a pesquisa acadêmica e o fazer literário, compreendendo o trabalho criativo como um produtor de conhecimento, mobilizador dos efeitos de presença e de sentido (Gumbrecht, 2010). Escreve-se, afinal, a partir do entrelaçamento com outras leituras, do perpassar de questões levantadas no decorrer do processo. Colocandose a produção do romance em diálogo com as questões teóricas que abrangem o campo da literatura e das humanidades, o trabalho de criação pode ser pensado como um modo de refletir acerca dessas questões a partir de um lugar sensível. Assim, narrado em primeira pessoa, o romance se dá como uma interpelação da narradora ao seu padrasto já falecido. Alcoolista, aniquilado pelo próprio vício, a figura do padrasto é central na história. É a partir dessa figura que a narradora tenta reconstituir as memórias da infância e dar sentido às experiências vividas no presente. Escrever, para a narradora, é, portanto, uma busca por reconciliação e apaziguamento por meio da tentativa de representação daquilo que, por seu caráter traumático, lhe parece indizível. Construindo-se ao redor deste eixo, a escrita do romance perpassa, assim, por três pontos de reflexão: a busca por narrar o trauma e a possibilidade de encontrar na escrita a agência que nos permitiria romper com a condição de passividade à qual o evento traumático, enquanto estado de fixação, nos submete; a reflexão sobre a violência doméstica que, em um contexto de dominação masculina, não pode ser compreendida fora da experiência feminina; e, por fim, o corpo, pois se é nele que se inscreve o episódio traumático, é preciso que se fale sobre a sua presença no exercício da escrita. |