Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Cruz, Inácio Manoel Neves Frade da
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Orientador(a): |
Siqueira, Euler David de
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Banca de defesa: |
Lima, Marcelo Ayres Camurça
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Neves, Sandro Campos
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Fernandes, Cíntia Sanmartin
,
Sousa, Jorge Luiz Prata de
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2444
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Resumo: |
Cataguases: “Terra de Gente Boa”, “Berço do Cinema Nacional”, “Princesinha da Mata”, solo fértil para as reflexões sobre a narrativa de uma vocação cultural em cujo terreno fecundado pelo Movimento Verde e capturado pelas lentes de Humberto Mauro, desde seus priscos tempos empenha-se em estabelecer uma relação de extrema intimidade com o universo artístico. Reconhecida e consagrada para além de suas fronteiras por uma suposta disposição espontânea que a impele em direção às elaborações culturais, a cidade é tida como um idiossincrático e provocador microcosmo das principais capitais brasileiras. Esta tese tem por finalidade conhecer as “Muitas Cataguases” que se escondem sob o mito da urbe cultural. Em decorrência da historiografia e, indiscriminadamente, dos discursos sobre a essência cataguasense se apoiarem num passado repleto de realizações grandiosas, capitaneadas por intelectuais êmicos e artistas de renome internacional, há a necessidade de remover o dossel quase sagrado da vocação que encobre sua construção identitária. Realizo também uma mirada sobre o seu campo religioso com o propósito de estabelecer algumas diferenças susceptíveis de comparação em relação à perspectiva modernizante com que a ideia da vocação cultural quer assinalar a localidade. Mesmo que vagamente ritualizada pelo poder público e subaproveitada nos meios educacionais, a idéia da propensão para o exercício da arte em Cataguases não parece perder força na atualidade. Hipostasiando relações pontuais delega-se a toda a sociedade uma suposta “inclinação artística”, na verdade, circunscrita a uns poucos indivíduos ligados ao mundo da cultura. Tal fato dá a entender que, do centro à zona rural, passando pela periferia, subsiste apenas uma postura condizente com um estilo de vida que refluiria, sem cessar, numa produção consciente de obras artísticas cujos conteúdos invariavelmente procuram desempenhar o papel de vanguardistas. Construído com base na combinação epistemológica entre Antropologia, Sociologia e História, um dos maiores objetivos deste trabalho é sublinhar as especificidades das narrativas que permitem a uma pequena parcela da elite intelectual se apropriar e reinventar os discursos que traduzem a “Catagu(arte)”. Ainda hoje umbilicalmente ligado ao Movimento Verde e ao Ciclo de Cataguases, o mito da vocação cultural de Cataguases ganha o senso comum e serpenteia mundo afora. |