Composição química e atividade antibacteriana in vitro de extratos metanólicos obtidos de folhas e frutos de Rubus grandifolius Lowe

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Moraes, Wesley Gonçalves de
• Orientador(a): Alves, Maria Silvana
• Banca de defesa: Dias, Alberto Carlos Pires , Pinto Vilela, Fernanda Maria
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
• Departamento: Faculdade de Farmácia
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Rubus grandifolius; Antibacterianos; Pseudomonas aeruginosa; Plantas medicinais; Anti-bacterial agents; Medicinal plants
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FARMACIA
• Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00010; https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14396

Rubus grandifolius Lowe (Rosaceae Juss.) é uma espécie vegetal encontrada endêmica e exclusivamente no Arquipélago da Madeira, Portugal. Seus frutos possuem grande valor comercial para a indústria de alimentos, sendo utilizados na produção de geleias, sucos e licores. Tradicionalmente, a população local utiliza suas folhas, flores e frutos como adstringente para crianças e remédio no tratamento de diabetes, depurativo, diurético, tônico ou fortificante e no alívio das dores de garganta, sendo ainda usadas no preparo de chás ou infusões alcoólicas. Com base no exposto, o presente estudo teve como objetivo investigar a composição química e a atividade antibacteriana in vitro de extratos metanólicos obtidos de folhas e frutos de R. grandifolius. Folhas e frutos foram extraídos em metanol e metanol/água (80:20, v/v) acidificado com ácido acético à 7%, respectivamente. Os perfis químicos dos extratos de folhas e frutos de R. grandifolius foram estabelecidos por meio de cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa (CLAE-DAD-ESI/EMn ) e revelaram a presença de diversas classes de compostos fenólicos, dentre elas ácidos fenólicos, taninos, flavonoides, ácidos orgânicos, terpenoides e cumarinas. Quanto ao aspecto microbiológico, inicialmente, vinte extratos metanólicos obtidos de diferentes espécies vegetais procedentes da Ilha da Madeira e Açores, Portugal, foram submetidos a uma triagem da atividade antibacteriana in vitro por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e da Concentração Bactericida Mínima (CBM) seguida da classificação do efeito antibacteriano como bactericida ou bacteriostático. Foram testadas Staphylococcus aureus subsp. aureus [(ATCC 6538), (ATCC 25923) e (ATCC 29213)], Escherichia coli [(ATCC 10536) e (ATCC 25922)], Salmonella enterica subsp. enterica serovar Choleraesuis (ATCC 10708), Salmonella enterica subsp. enterica serovar Typhimurium (ATCC 13311) e Pseudomonas aeruginosa [(ATCC 9027) e (ATCC 27853)]. Cinco extratos mais promissores foram selecionados e submetidos à nova determinação de CIM e CBM empregando cepas clínicas humanas de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) 1485279, Salmonella spp. 1507708 resistente à levofloxacina, Escherichia coli 2856403 produtora de β-lactamase de espectro ampliado e resistente à ciprofloxacina e norfloxacina e Pseudomonas aeruginosa 2854386 resistente à cefoxitina, ceftriaxona e tigeciclina. O extrato de frutos de R. grandifolius foi o mais efetivo dentre todos os extratos avaliados, sendo ativo frente a todas as cepas ATCC® testadas, com valor de CIM igual a 5000 µg/mL, excetuando S. aureus (ATCC 6538) (CIM = 2500 µg/mL), e efeito bacteriostático, com exceção de P. aeruginosa [(ATCC 9027) e (ATCC 27853)], onde se observou efeito bactericida. Com relação as cepas clínicas humanas, o extrato dos frutos de R. grandifolius foi ativo frente a todas as cepas testadas, com CIM igual a 5000 µg/mL e efeito bacteriostático, com exceção de P. aeruginosa 2854386, que revelou efeito bactericida. Os resultados obtidos no presente estudo demonstraram que R. grandifolius, de modo especial o extrato obtido de seus frutos, foi capaz de inibir o crescimento de cepas ATCC® e clínicas humanas de S. aureus, E. coli, Salmonella e P. aeruginosa, com efeito bactericida sobre essa última cepa.