Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Renata de Freitas
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Orientador(a): |
Fontes, Elita Scio
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Banca de defesa: |
Chedier, Luciana Moreira
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Salvador, Marcos José
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
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Departamento: |
Faculdade de Farmácia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1353
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Resumo: |
Xylopia sericea, Annonaceae, espécie nativa do Brasil, é conhecida popularmente como “embiriba”, “banana-de-macaco”, “pindaíba”, “pimenta-de-macaco”. Além do uso das sementes como condimento, a espécie é utilizada no paisagismo, na indústria caseira de cordoaria e para fins medicinais no tratamento da dor, inflamação e desordens gastrointestinais. Os objetivos desse trabalho foram contribuir com o estudo de alguns dos usos medicinais da espécie e ampliar o conhecimento acerca de seu potencial químico e biológico. Para isso, os frutos de X. sericea foram extraídos com metanol para obtenção do extrato metanólico (EBM), e também tiveram seu óleo essencial (OXS) extraído por hidrodestilação. A análise fitoquímica de EBM foi realizada para identificação das principais classes de metabólitos especiais e a determinação dos teores de fenóis totais e flavonoides. OXS foi caracterizado por CG-EM. In vitro, foram avaliadas para EBM e OXS as atividades: antioxidante frente aos métodos do sequestro de radicais livres (DPPH), sistema β-caroteno/ácido linoleico e fosfomolibdênio; antibacteriana pela determinação da CIM (concentração inibitória mínima) e CBM (concentração bactericida mínima) para 10 cepas de importância clínica; leishmanicida para formas promastigotas de L. amazonensis e L. chagasi; citotóxica para as linhagens de células tumorais Jurkat, HL-60, MCF-7, THP-1, MDA-231, HCT-116 e células não tumorais VERO. In vivo, foi avaliada a atividade anti-inflamatória pelo modelo do edema de orelha induzido por óleo de cróton, por via oral (EBM) e tópica (EBM e OXS). A toxicidade aguda de EBM, bem como sua dose letal média (DL50) foram determinadas. Fenóis, flavonoides, cumarinas, saponinas, taninos, alcaloides e terpenoides/esteroides foram identificados em EBM, sendo o teor de fenóis totais 358,2 ± 33,1 mg/g em equivalentes a ácido tânico e o teor de flavonoides 28,8 ± 8,2 mg/g em equivalentes a quercetina. Foi possível identificar, por CG-EM, 63 substâncias que corresponderam a 80 % dos constituintes de OXS. Dentre elas, espatulenol (16,42 %), guaiol (13,93 %) e D - germacreno (8,11 %) foram as majoritárias. Quanto à atividade antioxidante, EBM e OXS apresentaram pelo método do DPPH, CI50 de 16,37 e 49,16 μg/mL, respectivamente; CI50 de 49,16 e 6,92 μg/mL pelo método do β-caroteno/ácido linoleico; 0,75 mg/mg de EBM e 2,30 mg/mg de OXS equivalentes à ácido ascórbico pelo método do fosfomolibdênio. Quanto à atividade antibacteriana, as cepas mais sensíveis à EBM foram S. aureus, E. cloacae e B. cereus, com CIM de 7,8; 7,8 e 31,25 μg/mL, respectivamente, para OXS, S. aureus, E. cloacae, K. pneumoniae e B. cereus com CIM de 7,8; 7,8; 62,5 e 15,63 μg/mL, respectivamente. Além disso, pode-se verificar que EBM e OXS apresentaram atividade bactericida para E. faecalis (1000 μg/mL) e para B. cereus (31,25 μg/mL), respectivamente. Em relação à atividade leishmanicida, EBM apresentou CI50= 42,51 μg/mL para L. amazonensis, porém não apresentou atividade contra as formas promastigotas de L. chagasi. OXS foi avaliada apenas para L. amazonensis e não apresentou atividade. EBM foi capaz de inibir a proliferação celular em 56 % para HL-60, não apresentando toxidade significativa para as demais células tumorais, inclusive as células VERO. A aplicação de EBM por via tópica reduziu o edema de orelha nas doses de 1; 0,5 e 0,1 mg/orelha em 41,8 %, 99,1 % e 56,9 %. OXS foi capaz de reduzir o edema nas doses de 1 e 0,5 mg/orelha em 43,4 % e 54,2 %. Por via oral, EBM foi capaz de reduzir o edema nas doses de 300, 100 e 50 mg/kg em 36,3 %, 29,5 % e 32,0 %. Não foram observados sinais de toxicidade para EBM por via oral, sendo a DL50 > 2000 mg/kg. Os resultados apresentados são relevantes uma vez que EBM e OXS apresentaram atividades biológicas promissoras o que justifica a continuação do estudo. |