Idoso e infecção pelo HIV/aids: perfil epidemiológico e de adesão ao tratamento em um serviço de atendimento especializado do Sistema Único de Saúde
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00017 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12502 |
Resumo: | A epidemia de HIV/aids sofreu modificações em seu perfil, dentre os quais o fenômeno de envelhecimento. São referidos como idosos os indivíduos infectados com idade igual ou superior a 50 anos em razão de características clínicas e epidemiológicas que incluem um processo mais rápido de progressão para aids. Com o objetivo de caracterizar os perfis clínico epidemiológico e de adesão de pacientes diagnosticados com infecção pelo HIV com idade igual ou superior a 50 anos, foi desenvolvido um estudo de coorte retrospectiva em um Serviço de Atendimento Especializado público, utilizando dados de prontuários médicos nos anos de 2014 a 2018. Os dados referentes a questões sociodemográficas, de condições de saúde e estilo de vida, clínicos e relacionados ao tratamento foram organizados em um banco de dados. As variáveis quantitativas foram expressas como média (ou mediana) ± desvio padrão (ou distância interquartil) e as variáveis categóricas expressas como número e percentual de pacientes. As análises de associação foram realizadas através do teste do qui-quadrado. Foi determinada letalidade e mortalidade específica por aids e sobrevida global em 24 meses. Nível de significância adotado de 5%. 149 pacientes foram incluídos, com predomínio do sexo masculino (62,4%), faixa etária de 50 a 59 anos (65,8%), auto referidos como brancos (57,7%). Em 53,7% destes não houve finalização da educação fundamental ou eram analfabetos 29,5% dos pacientes foram considerados imunodeficientes graves e 23,5% portadores de grau moderado de imunodeficiência na admissão. Valores menores ou iguais a 200 células /mm3 na contagem de linfócitos T CD4 foram registrados em 46,3% da amostra. Configuraramse como aderentes 80 pacientes (56,7%) que realizaram 6 ou mais retiradas mensais nos primeiros 6 meses de tratamento e 81 (60%) dos usuários que tiveram mais de 11 retiradas aos 12 meses de seguimento. Destaca-se que a adesão foi significativamente maior entre os pacientes acima de 60 anos nos primeiros 12 meses. A recuperação imune, observada pelo incremento na contagem de células TCD4 ao longo do tempo, aumentou em média 139,63 nos primeiros 6 meses e 50,51 dos primeiros 6 meses a 12 meses de seguimento, com aumento médio nos primeiros 12 meses de 157,63 células, notando-se também diferença na contagem de células T CD4 segundo faixa etária, sendo encontrado em apenas 9,1% dos pacientes acima de 60 anos contagem superior a 500 células/mm3 após 6 meses de tratamento. Um total de 19 pacientes evoluíram a óbito no período analisado, resultando em letalidade por aids de 8%, mortalidade proporcional (considerando causas confirmadas) de 68% e sobrevida global em 24 meses de 84,1%. O atraso no diagnóstico implica em pacientes com doença avançada e impacto negativo no prognóstico. Os profissionais de saúde devem estar atentos às medidas de prevenção das infecções relacionadas à transmissão sexual em faixas etárias mais avançadas, e às necessidades específicas de cuidado com a saúde desse grupo, que requer a interseção da equipe multidisciplinar no fortalecimento de vínculo e manutenção do tratamento. Averiguar potenciais fatores de risco para a não adesão à terapia é essencial para o manejo satisfatório da doença nesta população. |