Biologia, comportamento e inimigos naturais de Omaspides pallidipennis Boheman, 1854 (Chrysomelidae: Cassidinae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Gomes, Paula Akeho de Albuquerque lattes
Orientador(a): Prezoto, Fábio lattes
Banca de defesa: Costa, Fernando Antonio Frieiro lattes, Cortes, Simone Alves de Oliveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4663
Resumo: Os crisomelídeos apresentam grande diversidade de inimigos naturais e grande variedade de estratégias defensivas contra estes. Dentre as diversas adaptações defensivas da subfamília, destaca-se a subsocialidade por ser um raro fenômeno em Chrysomelidae. Nesta pesquisa foi estudada a espécie subsocial Omaspides pallidipennis Boheman, 1854 (Chrysomelidae: Cassidinae), com o objetivo principal de observar a subsocialidade, e de descrever, também, o seu ciclo de vida e suas interações com os inimigos naturais e com a planta hospedeira. As observações e experimentações foram conduzidas em ambiente natural (Mata Atlântica). Foram anotados os horários de oviposição, eclosão e emergência, a fim de conhecer o tempo de desenvolvimento dos imaturos. A experimentação de remoção das fêmeas sobre desova foi realizada para testar a eficiência do cuidado maternal. Fêmeas foram, também, trocadas para a verificação do comportamento altruístico. Os inimigos naturais e os visitantes dos nectários extraflorais foram coletados a fim de verificar se havia uma relação entre os predadores e os visitantes. Experimentos de campo mostraram que O. pallidipennis é uma espécie monófaga, alimentando-se unicamente de Ipomoea alba L. (Convolvulaceae). A fêmea permanece junto aos imaturos durante todo o período de desenvolvimento destes, alimentando-se somente durante o estágio larval. As larvas, nos dois primeiros estágios, se alimentam entre as nervuras, raspando o limbo foliar. A partir do terceiro estágio alimentam-se, também, das nervuras e pecíolo. Exceto quando se alimentam, permanecem sempre em cicloalexia. A subsocialidade se mostrou essencial para a sobrevivência da prole. Todas as proles experimentalmente testadas foram predadas. As fêmeas que foram trocadas permaneceram sobre as proles que não as delas, contudo não permanecem sobre as proles de outra espécie. Hipotetiza-se que este altruísmo se deva a uma possível seleção de parentesco; contudo, análises filogenéticas devem ser feitas para comprovar tal hipótese. Os inimigos naturais são de diversos táxons: Lepidoptera, Nematoda, Diptera, Hymenoptera e Coleoptera. Espécies predadoras pertencentes às duas últimas ordens foram encontradas, também, nos nectários extraflorais da planta hospedeira. Os Eulophidae foram os maiores inimigos durante o estágio de ovo. Esta pesquisa demonstra a importância dos trabalhos conduzidos em campo para a compreensão e entendimento da biologia e da interação entre organismos.