Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Suassuna, Paulo Giovanni de Albuquerque
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Orientador(a): |
Paula, Rogério Baumgratz de
,
Pinheiro
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Banca de defesa: |
Canziani, Maria Eugênia Fernandes
,
Custódio, Melani Ribeiro
,
Carmo, Wander Barros do
,
Terra, Marcella Martins
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8769
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Resumo: |
Introdução: A miocardiopatia relacionada à Doença Renal Crônica - Miocardiopatia Urêmica – é a causa subjacente que faz da Morte Súbita Cardíaca a principal causa de óbito na diálise. Dentre os mecanismos envolvidos na sua fisiopatologia, destacase o Distúrbio Mineral e Ósseo da DRC (DMO-DRC) através da presença de hiperfosfatemia, níveis elevados de FGF23 e baixos níveis de αKlotho. Evidências sugerem que a reposição de αKlotho teria efeito protetor sobre o miocárdio, porém por mecanismos ainda pouco compreendidos. Objetivo: Avaliar, em um modelo experimental de DRC, o efeito da reposição de αKlotho recombinante sobre a remodelação cardíaca e potenciais mecanismos envolvidos na sua fisiopatologia. Métodos: Estudamos 46 ratos Wistar machos com 12 semanas, divididos em 3 grupos: Controle (sham), DRC e DRC+KL. Os animais foram submetidos à cirurgia (sham ou nefrectomia 5/6) e tratados da 4ª a 8ª semana com αKlotho recombinante (0.01mg/kg, SC, 48/48h) ou veículo. Na 8ª semana, foram realizados ecocardiograma e dosagem de creatinina, ureia, cálcio, fósforo, PTHi, FGF23, FGF21 e sKlotho. A remodelação miocárdica foi avaliada pela massa cardíaca, por parâmetros ecocardiográficos e de histomorfometria miocárdica. A expressão miocárdica de MHCβ e αSMA foram avaliadas por imuno-histoquímica (IHC) e qRT-PCR, enquanto o efeito sobre a expressão miocárdica de TRPC6 e FGF21 por IHC, westernblot e qRT-PCR. Resultados: Houve aumento da creatinina (Controle: 0,24±0,04 vs DRC: 0,58±0,07 e DRC+KL: 0,62±0,06mg/dl; p<0,0001) e queda de sua depuração (Controle: 2,0±0,5 vs DRC: 1,1±0,13 e DRC+KL: 1,0±0,13ml/min/100g; p<0,0001) nos grupos com DRC. Observamos também, nos grupos com DRC, aumento da fração excretada de fósforo (Controle: 8,9±1,6 vs DRC: 20,08±3,8 e DRC+KL: 24,2±5,3%; p<0,0001); de PTHi (Controle: 464,8±155,1 vs DRC: 1059,0±315,3 e DRC+KL: 1113,0±353,9pg/ml; p<0,05) e FGF23 (Controle: 129,9±28,7 vs DRC: 208,8±33,9 e DRC+KL: 200,5±32,0mg/dl; p<0,05), e redução dos níveis séricos de αKlotho (Controle: 188,4±29,67 vs DRC: 36,2±21,3 e DRC+KL: 49,2±25,6 pM; p<0,0001). Na avaliação da remodelação miocárdica, foi observado aumento da razão peso coração/tíbia (Controle: 16,7±1,0 vs DRC: 20,2±1,0mg/mm; p<0,0001) e espessura das paredes do VE: septo (Controle: 1,41±0,1 vs DRC: 1,58±0,11mm; p=0,006), parede posterior (Controle: 1,45±0,1 vs DRC: 1,54±0,1mm; p=0,01) e massa estimada do VE (Controle: 736,5±123,4 vs DRC: 883,1±128,4mg; p=0,005) nos grupos com DRC, porém com redução no grupo tratado com αKlotho: coração/tíbia (DRC: 20,2±1,0 vs DRC+KL: 17,8±0,9 mg/mm; p<0,0001), septo (DRC: 1,58±0,11 vs DRC+KL: 1,42±0,10mm; p=0,006), parede posterior (DRC: 1,54±0,1 vs DRC+KL: 1,42±0,1mm; p=0,01) e massa de VE (DRC: 883,1±128,4 vs DRC+KL: 750,4±114,8mg; p=0,005). Observou-se também redução do diâmetro dos cardiomiócitos (DRC: 21,4±0,8 vs DRC+KL: 17,7±1,0 μm; p<0,0001) e da área de fibrose intersticial (DRC: 4,0±0,53 vs DRC+KL: 2,35±0,3 %; p<0,0001) no grupo tratado em relação ao DRC sem tratamento, assim como redução na expressão de MHCβ(IHC) (DRC: 28,4±2,4 vs DRC+KL: 22,8±4,0%; p=0,002) e αSMA(IHC) (DRC: 7,2±2,7 vs DRC+KL: 2,6±0,4%; p=0,0001). Houve redução no grupo tratado da expressão de TRPC6 na membrana dos cardiomiócitos (DRC: 15,5±3,72 vs DRC+KL: 9,77±1,84 %área; p=0,001) e aumento da expressão miocárdica de FGF21 tanto a nível de mRNA (DRC: 0,73±0,19 vs DRC+KL: 0,96±0,26; 2ΔΔCT, p=0,03) como proteico (DRC: 1,25±0,11 vs DRC+KL: 1,46±0,22; UA, p=0,03) em relação ao grupo DRC sem tratamento. Conclusão: Concluímos que, em modelo experimental de DRC com perda moderada de função renal e hipertrofia cardíaca, a reposição de rKlotho, na dose e via utilizados e com racional terapêutico, apresentou efeito cardioprotetor, atenuando a remodelação miocárdica. O mecanismo deste efeito envolveu não só a redução da expressão de TRPC6 na membrana dos cardiomiócitos, como aumento da expressão miocárdica de FGF21, o que sugere a existência de um efeito do sKlotho sobre sua expressão. |