Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Valente, Thaisa Netto Souza
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Orientador(a): |
Rodrigues, Cibele Velloso
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Banca de defesa: |
Silva, Pâmela Souza Almeida
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Ribeiro, Raquel Tognon
,
Almeida, Felipe Alves de
,
Luizon, Marcelo Rizzatti
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular
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Departamento: |
ICV - Instituto de Ciências da Vida
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17370
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Resumo: |
Anemia falciforme (AF) é uma hemoglobinopatia hereditária amplamente distribuída, resultante da mutação c.20A>T no gene HBB, que leva à alteração estrutural na beta-globina, p.Glu7Val, formando a hemoglobina S (HbS). A polimerização da HbS na AF provoca hemólise intravascular, estresse oxidativo e respostas inflamatórias, culminando em vasooclusão microvascular. Há relatos na literatura de que polimorfismos na região reguladora dos genes da alfa-globina, como o rs11865131 dentro do gene NPRL3, modulam a expressão dos genes HBA1/2 e anular o efeito da co-herança de alfa-talassemia (alfa-tal) sobre parâmetros hematológicos da AF. Os receptores ativados por proliferação de peroxissomos (PPARs) são fatores de transcrição que regulam uma série de genes associados à inflamação, estresse oxidativo, metabolismo hepático e de ácidos graxos e lipoproteínas, entre outras funcionalidades. Este estudo investigou a associação de polimorfismos nos genes de PPARs e da variante regulatória rs11865131 dos genes HBA1/2 com variáveis laboratoriais e clínicas em indivíduos com AF, controlando os efeitos da terapia com hidroxiureia (HU) e a presença de alfa-tal. As genotipagens foram realizadas por qPCR com sondas TaqMan® para os polimorfismos em genes de PPARs e rs11865131 e gapPCR para alfa-tal delecional. Dados laboratoriais e clínicos foram coletados de prontuários médicos e analisados por testes estatísticos apropriados considerando nível de significância 0,05. A pesquisa envolveu 110 indivíduos com AF nascidos entre 01/01/1998 e 31/12/2014 e acompanhados no Hemocentro Regional de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil. Dos participantes, 53,6% eram do sexo masculino e 54,55% estavam em terapia com HU. Eventos clínicos no ano anterior incluíram crises álgicas em 48,1%, internações em 24,32% e transfusões sanguíneas em 31,65%. Na análise de polimorfismos de PPARs, a variante A-rs4253747 de PPARA foi associada ao aumento de bilirrubina total, e a variante G-rs709158 de PPARG ao aumento de lactato desidrogenase, sugerindo que estas variantes podem influenciar a gravidade da AF uma vez que estão associados a marcadores hemolíticos. A terapia com HU melhorou marcadores da série vermelha e parâmetros lipídicos, reduzindo hemólise e inflamação. O impacto da terapia com HU foi mais significativo para a alteração de parâmetros lipídicos quando os indivíduos com AF portavam alelos específicos das variantes de PPAR. A co-herança de alfatal foi associada à redução da hemoglobina corpuscular média (HCM), mas sem impacto significativo nos parâmetros clínicos. A variante A-rs11865131, reguladora dos genes HBA1/2, aumentou hemoglobina somente no grupo com co-herança de alfa-tal sem afetar volume corpuscular médio e HCM e é fator de risco para marcadores de hemólise (bilirrubinas total e indireta). Este estudo destaca que variantes nos genes PPAR e o SNP rs11865131, regulador dos genes HBA1/2, afetam marcadores laboratoriais de gravidade na AF. A validação em populações maiores é essencial para confirmar estes achados e sua reprodutibilidade e associação a desfechos clínicos. |