Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Paula, Thaís Oliveira de
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Orientador(a): |
Diniz, Cláudio Galuppo
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Banca de defesa: |
Dias, Vanessa Cordeiro
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Ferreira Machado, Alessandra Barbosa
,
Paiva, Aline Dias
,
Resende, Juliana Alves
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12064
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Resumo: |
A obesidade, nos dias atuais, é considerada uma pandemia, acometendo pessoas de todas as idades, sexo e etnia. É uma doença que cursa com um estado inflamatório crônico de baixo grau. Sua causa é multifatorial e está associada a complicações metabólicas de alta morbimortalidade que geram elevados custos ao sistema de saúde. A microbiota intestinal humana (MIH) possui grande importância no desenvolvimento não só da função intestinal, mas de outros sistemas corporais. Estudos recentes têm associados à MIH ao desenvolvimento e manutenção da obesidade envolvendo vários mecanismos distintos. O objetivo do presente estudo foi avaliar a comunidade bacteriana intestinal, comparativamente entre indivíduos eutróficos, com sobrepeso e obesos, a partir de banco de DNA metagenômico fecal, por técnica de sequenciamento de nova geração, e correlacionar, através da análise de correlação linear de Pearson, o perfil microbiano, os dados nutricionais, laboratoriais e antropométricos previamente analisados. Foram avaliados 72 indivíduos classificados em eutróficos (n=22), com sobrepeso (n=23) e obesos (n=21), de acordo com o IMC. A análise de rarefação e o índice chao-1 mostrou que indivíduos obesos possuem menor riqueza de espécies comparado aos outros dois grupos estudados, porém não foi evidenciado diferença na composição taxonômica entre os grupos. Diferente da maioria dos estudos, não encontramos diferença estatística na abundancia dos filos Firmicutes e Bacteroidetes, nem na relação Firmicutes/Bacteroidetes, Apenas no filo Verrucomicrobia foi evidenciado uma diferença estatística significativa entre eutróficos e obesos, sendo a abundancia desse filo no grupo com sobrepeso estatisticamente igual aos dois grupos. Em relação aos gêneros os grupos de eutróficos e obesos se diferenciaram em relação aos gêneros Prevotella (P = 0,0228), Prevotella 1 (P= 0,0291), Prevotella 9 (P= 0,0178), Alistipes (P = 0,0030) e Rumicococaceae;Other (P =<0,0001) e Akkermansia (p = 0,0188), sendo o grupo com sobrepeso semelhante aos dois grupos. Entre Sobrepesos e obesos foi encontrado diferença estatística entre Alistipes (P = 0,0030), Rumicococaceae;Others (P =<0,0001) e Fecalibacterium (P= 0,0296). Entre os grupos eutrófico e com sobrepeso não foi encontrada nenhuma diferença. A microbiota core do grupo eutrófico apresentou um número consideravelmente maior de OTU´s - 188 no total em relação ao grupo com sobrepeso que apresentou 83 OTU´s e ao grupo de obesos, que por sua vez apresentou apenas 53 OTU´s comuns ao grupo, evidenciando novamente, maior riqueza nos dois primeiros grupos em relação aos obesos. A análise de correlação mostrou correlação negativa forte ou muito forte entre Firmicutes e Bacteroidetes nos três grupos estudados, sugerindo que o aumento na abundância de um deles torna o ambiente intestinal desfavorável para o outro. Em relação às correlações especificamente entre os metadados e os principais filos bacterianos, não houve nenhuma correlação estatística significativa. Concluímos que a microbiota intestinal do grupo obeso possui menor riqueza comparada aos outros dois grupos, além de uma estrutura bacteriana claramente distinta em relação a grupos taxonômicos específicos e uma microbiota core menos diversa. Indivíduos com sobrepeso comportam-se de maneira altamente heterogênea apresentando uma estrutura de microbiota intestinal intermediária. |