Demandas psicológicas, controle e apoio social no trabalho de agentes comunitários de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fernandes, Gilmara Aparecida Batista lattes
Orientador(a): Greco, Rosângela Maria lattes
Banca de defesa: Sarquis, Leila Maria Mansano lattes, Paschoalin, Heloisa Campos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3169
Resumo: O estresse psicossocial no trabalho, entre outros fatores, é o resultado de condições laborais, de demandas psicológicas, controle e apoio social no processo de trabalho, por isso se torna importante abordar a relação de trabalho-saúde dos trabalhadores. Este estudo tem como objetivo analisar e correlacionar demandas psicológicas, o controle e apoio social do processo de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) do Município de Juiz de Fora - MG. Desenvolveu-se um estudo transversal descritivo e exploratório com 212 ACSs da Atenção Primária à Saúde (APS). A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva, bivariada através dos testes Qui-quadrado e Exato de Fisher e multivariada através de regressão linear de Poisson. Como variáveis independentes utilizou-se autopercepção de saúde geral e bucal, características sociodemográficas e do trabalho. Para a análise do estresse psicossocial no trabalho, foi utilizada a escala reduzida, Modelo Demanda-Controle (MDC) e o apoio social no trabalho, que caracterizam o trabalho como sendo: de baixa exigência (baixa demanda e alto controle), que representa o grupo de referência; trabalho ativo (alta demanda e alto controle); trabalho passivo (baixa demanda e baixo controle) como segunda combinação de maior risco e alta exigência (alta demanda e baixo controle), grupo de maior exposição. A população de estudo foi predominantemente feminina (91,5%), com idade média de 44 anos (DP=9,93), a maioria na faixa etária acima de 46 anos (44,1%), casada ou vivendo em união estável (55,5%), com ensino médio completo (48,8%). A maioria trabalha em um emprego (88,7%), com carga horária semanal igual a 40h (84,4%) e possui de 11 a 20 anos de trabalho na APS (59,9%) e todos têm renda menor ou igual a dois salários mínimos (100%). Consideraram sua saúde geral como boa (55,7%) e bucal também (50,9%). O trabalho predominante entre os ACSs foi o de Alta exigência (n=78; 36,8%), seguido pelo Trabalho passivo (n=60; 28,3%), pelo de Baixa exigência (n=38;17,9%) e Trabalho ativo (n=36; 17,0%). Na análise bivariada, a categoria de alta exigência também foi a de maior proporção entre os trabalhadores com idade maior que 37 anos (75,9%), sexo feminino (36,8%), casados ou união estável (37,6%) e nível médio completo (48,8%). Apresentaram poder de significância com o MDC as covariáveis Idade (p=0,009), Tempo de Serviço na APS (p= 0,002) e Apoio social (p=0,007). As que apresentaram nível de significância com p<0,20 na análise bivariada foram selecionadas para o modelo multivariado. No modelo de melhor ajuste, mantiveram significância as covariáveis Apoio Social (p=0,002; RP=1,12 e IC 95%; 1,05 -1,22) e Tempo de Serviço na APS com a categoria de seis a dez anos (p=0,02; RP=1,18 e IC 95%; 1,02-1,37). O estudo demonstrou maior proporção dos ACSs na categoria de trabalho de alta exigência, que é o grupo de maior exposição para desenvolver o estresse psicossocial no trabalho, e revelou também aspectos importantes dos riscos ao estresse a que os profissionais estão expostos durante seu processo de trabalho. Ressalta-se a necessidade de intervenções nas condições de vida e laborais, principalmente no que se refere a aspectos psicossociais e organizacionais.